Um total de 36 suspeitos de expulsar moradores de suas residências em bairros do Ceará foi preso entre o dia 1º de agosto e esta quinta-feira, 5. Criminosos são de facções cariocas e foram detidos no estado cearense e em outras unidades federativas, como o Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
Informações foram divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em coletiva de imprensa realizada nessa quarta-feira, 5. Em paralelo as prisões, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão.
Entre os detidos estão integrantes do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP). De acordo com Roberto Sá, titular da pasta, uma das últimas capturas ocorreu na terça-feira, 4, quando um homem que exercia papel de liderança no Ceará foi encontrado refugiado no Rio de Janeiro.
Indivíduo seria responsável por expulsões de moradores na cidade cearense de Cariré, e mesmo longe ainda permanecia dando ordens. O secretário também citou a prisão, em São Paulo, de um homem que seria responsável por deslocamentos forçados do tipo em Uiraponga, Morada Nova.
Do total de detidos, 23 possuem antecedentes criminais por ações criminosas diversas, como tráfico de drogas, homicídio, ameaça, entre outros. Além do Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, houve prisões em estados como Piauí e Pernambuco, mediante trabalho integrado com forças de segurança locais.
Há também outras 22 investigações relacionadas ao assunto em curso. O quantitativo ou nomes de todos os bairros onde os detidos direcionavam as ordens não foram divulgados pela pasta.
Em coletiva, o secretário enfatizou a necessidade de melhorar a integração das bases de dados de segurança em nível nacional para combater a impunidade, citando que as principais lideranças do crime no Ceará estão refugiadas em outros estados brasileiros, onde seguem movimentando o esquema criminoso.
"Notadamente os envolvidos em organizações criminosas têm sido uma prioridade. Desenvolvemos recentemente um protocolo para esse enfrentamento dessas consequências, desses conflitos das facções, que são esses deslocamentos ou de abandono de casa ou deslocamento forçado", explicou na ocasião.
Sá ainda fez uma critica a aplicação de leis, classificando a legislação atual como "frouxa" e "fraca" no que diz respeito ao combate de organizações criminosas, e citando que muitas vezes o indivíduo preso consegue voltar às ruas em um tempo "muito curto", tornando a executar ações infratoras.
"Infelizmente teve que acontecer aquele episódio no Rio de Janeiro para que as pessoas pudessem efetivamente colocar a pauta da segurança pública numa discussão de que é necessário que a gente tenha outros instrumentos que auxiliem as polícias a manter a sociedade num nível de tranquilidade maior", disse, citando a intervenção recente no estado carioca, que deixou mais de 120 pessoas mortas.
Coletiva também contou com a presença de Márcio Gutierrez, delegado geral da PC-CE, e de Sinval da Silveira Sampaio, comandante geral da Polícia Militar do Ceará (PMCE), que pontuaram como as respectivas instituições atuam contra o crime no Estado e também na proteção e monitoramento de áreas vulneráveis.
Em matéria publicada no inicio dessa semana, O POVO mostrou que, entre 1º janeiro de 2024 e 30 de setembro de 2025 ocorreram 219 eventos nos quais facções criminosas expulsaram moradores de suas casas no Ceará. Ações constam no Relatório Técnico nº 224/2025/DRCO/PCCE, que mostra que episódios têm acontecido em bairros de Fortaleza e em cidades como Caucaia, Pacatuba e Morada Nova.
Durante a coletiva, Roberto Sá informou que a polícia efetuou 1.851 prisões de pessoas envolvidas com organizações criminosas no Ceará no período de janeiro a setembro deste ano de 2025. De acordo com o secretário, número seria 87% maior ao registrado no mesmo intervalo de tempo do ano passado.
Ele também informou que nesse período foram detidas 2148 pessoas acusadas de cometerem homicídios no Estado, com índice mostrando aumento de 33% comparado ao mesmo período do ano anterior.
"É um comportamento, uma produtividade da polícia que tem nos mostrado cada vez mais que nós temos que agradecer muito o nosso policial, os homens e mulheres que pertencem às instituições, por estarem arriscando a própria vida para proteger a população para um problema que é nacional", disse Sá.
"Estamos com uma redução de aproximadamente 7% dos crimes contra a vida. Há uma redução de 23% dos crimes contra o patrimônio. Há uma redução de 27% do latrocínio, que é roubar para matar. Há um investimento muito grande. Houve (investimento) de reestruturação das forças, de reequipar as forças, de contratação de efetivo. Nós estamos com cinco concursos em andamento para delegado de polícia, oficial de investigação, soldado da Polícia Militar (...) Ultimamente temos visto esse acirramento nessas disputas entre as facções ocasionando problemas no Brasil inteiro e aqui no Ceará não é diferente", disse ainda.
Colaborou Alice Barbosa/Especial para O POVO
Quase dois mil faccionados foram presos neste ano
Durante a coletiva, o titular da Segurança Pública do Estado, Roberto Sá, informou que a polícia efetuou 1.851 prisões de pessoas envolvidas com organizações criminosas no Ceará no período de janeiro a setembro deste ano de 2025. De acordo com o secretário, número seria 87% maior ao registrado no mesmo intervalo de tempo do ano passado.
Sá também informou que nesse período foram detidas 2148 pessoas acusadas de cometerem homicídios no Estado, com índice mostrando aumento de 33% comparado ao mesmo período do ano anterior.
"É um comportamento, uma produtividade da polícia que tem nos mostrado cada vez mais que nós temos que agradecer muito o nosso policial, os homens e mulheres que pertencem às instituições, por estarem arriscando a própria vida para proteger a população para um problema que é nacional", disse Sá.
"Estamos com uma redução de aproximadamente 7% dos crimes contra a vida. Há uma redução de 23% dos crimes contra o patrimônio. Há uma redução de 27% do latrocínio, que é roubar para matar. Há um investimento muito grande. Houve (investimento) de reestruturação das forças, de reequipar as forças, de contratação de efetivo. Nós estamos com cinco concursos em andamento para delegado de polícia, oficial de investigação, soldado da Polícia Militar (...) Ultimamente, temos visto esse acirramento nessas disputas entre as facções ocasionando problemas no Brasil inteiro e aqui no Ceará não é diferente", concluiu.
Crítica
O secretário criticou a aplicação de leis, classificando a legislação atual como "frouxa" e "fraca" no que diz respeito ao combate de organizações criminosas