Logo O POVO+
Desfile de prematuros anima mães em semana de conscientização no Hospital César Cals
Comentar
CIDADES

Desfile de prematuros anima mães em semana de conscientização no Hospital César Cals

Evento faz parte do Novembro Roxo. Até setembro, o HGCC registrou 1.119 nascimentos de bebês prematuros em 2025
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar
PREMATUROS nascem antes das 37 semanas de gestação  (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA PREMATUROS nascem antes das 37 semanas de gestação

Bebês prematuros internados no Hospital Geral César Cals (HGCC), em Fortaleza, tiveram a vida celebrada na manhã desta quinta-feira, 6. Junto das mães, os recém-nascidos participaram de um desfile e ganharam um “corredor de palmas”.

O evento marcou a abertura da 8ª Semana da Prematuridade, parte do mês internacional de sensibilização para a causa, o Novembro Roxo. 

Lara, bebê de sete dias de vida, foi uma das participantes do desfile junto à mãe, Samara Araújo Rodrigues, 29. A recém-nascida veio ao mundo na 34ª semana de gestação, sendo considerada prematura e precisando ficar internada no Hospital.

“Tive uma complicação, pré-eclâmpsia, e as plaquetas baixaram. Tiveram que fazer uma cesária de emergência. Ela ficou um bom tempo na UTI. Foi difícil, a gente não esperava por isso, mas Deus sabe o que faz”, conta Samara.

A pré-eclâmpsia, uma condição causada pela pressão alta durante a gravidez, é uma das causas mais comuns de prematuridade. Conhecer os aspectos que podem levar a um nascimento prematuro - ou seja, antes das 37 semanas de gestação - é importante para prevenção desse desfecho, conforme a diretora técnica do César Cals, Daniele Vitoriano.

Veja vídeo do desfile:

“Existem causas preveníveis e controláveis da prematuridade, como a pressão arterial alta, a diabetes e as infecções. A mãe tendo o acompanhamento do pré-natal adequado vai controlar e tentar se preparar para caso aconteça o nascimento prematuro”, diz a diretora.

Daniele explica que o Novembro Roxo é utilizado para chamar atenção não só de pais e da sociedade, mas também dos profissionais, de forma a inspirar a assistência qualificada aos bebês.

De janeiro a setembro de 2025, o HGCC registrou 1.119 nascimentos de bebês prematuros. O número corresponde a 36% dos 3.043 nascimentos da maternidade nesse período.

Método Canguru auxilia desenvolvimento dos bebês

As gêmeas Maria Celina e Maria Celena, de três semanas, também desfilaram com os pais, Maria Célia da Silva Soares, 37, e Antônio Soares, 47. Depois do período na UTI, as bebês migraram para a unidade Canguru, onde podem ficar em contato pele a pele com a mãe e com o pai.

“Um dia sim outro não venho para ficar com elas, venho de São Gonçalo do Amarante. É gostoso, tanto para elas quanto para gente, ter a filhinha assim do lado da gente toda hora. É um carinho muito grande”, diz Antônio.

Daniele explica que a unidade de cuidados intermediários que permite a interação entre a família e o bebê prematuro dá resultados importantes no desenvolvimento do recém-nascido.

“O bebê fica enrolado em um pano envolto no corpo da mãe, como se fosse um canguru dentro da bolsinha marsupial. Aquilo dá mais estabilidade para o bebê, ele aprende a mamar, tem um ganho de peso melhor e a mãe se sente mais segura no cuidado”, afirma.

O diretor-geral do HGCC, Antônio de Pádua Almeida Carneiro, destaca que o método canguru aliado ao banco de leite, que completou 30 anos em 2025, reduz o tempo de internação das crianças e diminui o risco de infecções hospitalares.

Acompanhamento segue até prematuro fazer dois anos

Depois da alta hospitalar, os bebês prematuros seguem sendo acompanhados no Hospital até completar dois anos. As crianças que já foram pacientes também participaram do desfile.

“O prematuro tem uma linha de cuidado mais específica e delicada que as crianças de uma forma geral. A gente tem que ter muito cuidado com eles em relação à nutrição, ao desenvolvimento neuropsicomotor, de aprendizado. Com o acompanhamento, você pode detectar alguma alteração mais precoce e fazer os encaminhamentos pros profissionais específicos”, descreve Daniele.

Nayane Maria, 30, e Ana Liz, 1 ano, participaram do desfile dos antigos pacientes. Nesta quinta-feira, 6, fez um ano que Liz teve alta do Hospital, mas até hoje faz consultas com pediatras e fisioterapeutas.

“Eu me emocionei demais quando vi elas entrando [mães com bebês prematuros internados], voltei no tempo. Me vi ali novamente com ela. Muito feliz por hoje estar aqui vivendo esse momento”, conta Nayane.

O que você achou desse conteúdo?