Os dois dias de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 tiveram aproximadamente 70% de presença. A informação foi dada pelo ministro da Educação Camilo Santana (PT), em coletiva de imprensa realizada na noite deste domingo, 16, após a conclusão das provas.
Segundo o ministro, o número é apenas uma estimativa, que deverá ser confirmada com exatidão pelo Inep nos próximos dias, após a consolidação dos dados.
O percentual de alunos presentes no segundo dia do Exame foi similar ao do domingo passado, 9, quando 73% dos inscritos compareceram aos locais de prova. Ao todo, mais de 585 mil colaboradores participaram da aplicação, dispostos entre 1805 municípios no país.
Estudantes das cidades de Belém, Ananindeua e Marituba, todas no Pará, tiveram as datas do exame adiadas devido à COP 30 e farão o Enem nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro.
Os estudantes que não conseguiram realizar a prova por falta de luz, água, ou outros problemas logísticos poderão participar da reaplicação do exame nos dias 16 e 17 de dezembro.
A solicitação começa nesta segunda-feira, 17, através da página do participante e vai até às 12h do dia 21 de novembro.
Uma escola em Maracanaú, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza teve problemas na aplicação da prova devido à falta de energia elétrica. O POVO procurou a Secretaria da Educação do Ceará para mais informações e aguarda retorno.
"Um ano sem intercorrências na aplicação. Nada que afetou significativamente a realização da prova (...) Tivemos apenas algumas situações pontuais... questões de energia e alguns fatores externos, mas todos que se sentiram prejudicados terão direito à fazer a reaplicação nos dias 16 e 17 de dezembro", disse Camilo.
A partir do ano que vem o Enem servirá não apenas como porta de entrada para o Ensino Médio, mas também como avaliação do aprendizado dos estudantes do terceiro ano. O índice hoje é medido pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) a cada dois anos e passará a ser feito anualmente com o Enem.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a medida visa tornar a avaliação do Ensino Médio anual, bem como dar mais verossimilidade aos dados, já que segundo a Pasta, os estudantes tendem a se concentrar mais para o Enem e deixar os estudos para o Saeb de lado.
"Não tenho dúvida que teremos um resultado mais eficiente e fidedigno ao resultado dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio", justificou o ministro Camilo Santana.
O Saeb, entretanto, continuará existindo nos moldes atuais, com aplicação das provas a cada dois anos para estudantes do segundo, quinto e nono ano do Ensino Fundamental e terceiro ano do Ensino Médio.
A medida é uma das novidades do exame para 2026 e já foi aprovada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aplicador das duas provas.
Outra novidade anunciada pelo ministro durante a coletiva foi a possibilidade de que brasileiros em países do Mercosul também façam o Enem.
Os custos e exigências logísticas da medida estão sendo avaliados pelo Inep, que deverá confirmar ou não a aplicação do exame fora do país a partir da edição de 2026.
A princípio, o Enem seria aplicado nas cidades de Buenos Aires, Montevidéu e Assunção, capitais da Argentina, Uruguai e Paraguai, respectivamente, países que compõem a mesa fixa do Mercosul junto ao Brasil, Venezuela e Bolívia.
Ainda não há confirmação de se, caso aprovada a realização do exame em território estrangeiro, o número de vagas nas universidades federais seria aumentado.
Este e outros pontos deverão ser confirmados pelo MEC no primeiro semestre do ano que vem, antes da abertura das inscrições para a edição 2026 do Enem.
"Já existia a demanda nas reuniões do Mercosul que participei. Até porque foram criadas universidades latino-americanas da união do Mercosul no Paraná. A ideia é que a gente possa abrir as portas das nossas universidades para os alunos do Mercosul, principalmente desses três países", pontuou Camilo.