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"Mineradora" criava criptomoedas para lavar dinheiro de streamings pirata no Ceará
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"Mineradora" criava criptomoedas para lavar dinheiro de streamings pirata no Ceará

A empresa também é apontada por furtar energia para criação das moedas digitais. Ao todo, 14 empresas de conteúdo ilegal foram identificadas em uma operação do Gaeco e tiveram os serviços suspensos
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Empresa tinha sede no município de Chorozinho e furtava energia para criação das moedas digitais (Foto: Divulgação/MPCE)
Foto: Divulgação/MPCE Empresa tinha sede no município de Chorozinho e furtava energia para criação das moedas digitais

Uma “mineradora” foi identificada durante as investigações contra um esquema criminoso de pirataria de TVs serviços ilegais de streaming no Ceará. O local é apontado por criar criptomoedas para ocultar e lavar dinheiro dos serviços ilegais. A empresa fica localizada no município de Chorozinho, a 61,32 quilômetros de Fortaleza.

A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), e buscou cumprir, nesta terça-feira, 18, dezenove mandados de busca e apreensão e cinco de prisão. Três pessoas foram presas por mandados, sendo duas em Fortaleza e uma em Santa Catarina.

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De acordo com o coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Adriano Saraiva, foi identificado uma parceria com um grupo que comercializava criptomoedas para ocultar e lavar o dinheiro ilícito obtido com a pirataria. No local, foi constatada a prática de furto de energia por meio do uso de um 'gato', uma técnica ilegal comum utilizada para reduzir o consumo de energia de forma ilegal.

“Eles tinham maquinário muito pesado, então o gasto é muito alto. Então eram feitos energia dos gatos”, disse o promotor. Ao todo, foram identificadas 14 empresas de serviços de conteúdo audiovisual de forma ilgeal. Todas tiveram os serviços suspensos por 180 dias.

Ainda segundo Adriano, o esquema criminoso comercializava os serviços de assinatura de forma ilegal. Posteriormente, eles atuavam em um site com os conteúdos em diversos valores, desde conteúdo de entretenimento até conteúdo adulto.

O dinheiro adquirido nos serviços era usado em criptomoedas para ocultar os valores de atividades ilegais. Os valores arrecadados eram, por sua vez, investidos em imóveis e carros de luxo. A investigação teve início no fim do ano passado a partir de uma denúncia anônima sobre o esquema.

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O coordenador do Gaeco explicou que o esquema criminoso captava clientes por meio da publicação dos serviços nas redes sociais. Isso acontecia a partir das viabilização por estruturas de pagamento on-line, com utilização de empresas especializadas em checkout e gateway, e recebimento de valores por diversos meios, como cartão de crédito e Pix.

Diante das informações, o Gaeco abriu o Procedimento Investigatório Criminal da possível prática dos crimes de violação de direitos autorais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, supostamente cometidos por operadores de plataformas piratas.

A operação foi intitulada “Endpoint” que, na linguagem da computação, é o ponto de acesso ou comunicação de um serviço na rede, ou seja, a “porta” por onde um sistema recebe solicitações e envia respostas.

 

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A operação foi intitulada "Endpoint" que, na linguagem da computação, é o ponto de acesso ou comunicação de um serviço na rede, ou seja, a "porta" por onde um sistema recebe solicitações e envia respostas

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