Um incêndio atingiu o Pavilhão dos Países na Blue Zone da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no início da tarde de ontem, 20. As atividades do evento, em fase final de negociação, foram temporariamente suspensas. A Zona Azul voltou a funcionar às 20h40min. Não foram realizadas atividades plenárias durante a noite. As sessões plenárias desta sexta-feira, 21, serão abertas às delegações, aos observadores e à imprensa.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio durou cerca de seis minutos e os agentes tiveram que rasgar parte da estrutura para a fumaça passar. Conforme o Ministério da Saúde, o Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (Ciocs), responsável pelo monitoramento e organização da assistência durante a COP30, 21 pessoas receberam atendimento em razão do incêndio.
"Do total de casos, 19 estão relacionados à inalação de fumaça e dois à crise de ansiedade após o ocorrido. Não houve registro de pessoas feridas pelas chamas com queimaduras." Dos pacientes atendidos, 12 foram liberados e nove estão estáveis, "recebendo assistência adequada nos serviços de saúde de Belém e em uma unidade de referência para esses casos".
"As equipes de saúde municipal, estadual e federal seguem acompanhando e monitorando a assistência e o estado de saúde dos atendidos", informa o órgão.
Em comunicado conjunto, a presidência da COP30 e da ONU Mudanças Climáticas informou que "os bombeiros e os agentes de segurança da ONU responderam rapidamente". A causa do incêndio ainda está sendo investigada, mas uma das possibilidades é que a origem das chamas tenha sido um curto-circuito.
Vagner Saraiva, que atua como técnico de áudio, estava próximo ao ponto onde aconteceu o incêndio. "Todo mundo estava gritando 'fire, fire' e imediatamente os bombeiros correram para tentar conter o fogo e evacuar o mais rápido possível", relata.
O paraense Alison Gabriel está trabalhando como encarregado na COP30 e contou ao O POVO que estava transportando água quando percebeu o fogo. Ele correu para buscar extintores e tentar ajudar a controlar o incêndio. O jovem chegou a ajudar um rapaz que se sentiu mal por conta da fumaça. Nesse momento, o pescoço e o braço direito dele ficaram próximos das chamas, mas não chegou a queimar. Cerca de três horas depois, Alisson ainda estava com ardência nesses locais.
Durante o período, participantes que saíram às pressas durante o incêndio ficaram sem acesso aos pertences que estavam na Zona Azul. Entre eles, o meteorologista e pesquisador brasileiro, Carlos Nobre, e sua assessora Cristina Ribeiro. Entre os itens estavam notebook, carregador de celular e bolsa. "Estamos aguardando às 20h para poder acessarmos a entrada e retirarmos nossos pertencentes", disse Ribeiro.
Durante o período, a Zona Verde permaneceu aberta e as atividades continuaram conforme programado. "Após uma avaliação de segurança, informamos que o local foi inspecionado e considerado seguro pelo Corpo de Bombeiros. As autoridades brasileiras restabeleceram as condições de operação no espaço da conferência, obtiveram o alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros e devolveram a área à UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima)", informou a organização.
A área afetada pelo incidente ficará isolada até a conclusão da conferência. "Agradecemos a cooperação, paciência e compreensão de todos. Temos um trabalho substancial pela frente, e confiamos que os delegados retornarão às negociações com espírito de solidariedade e determinação para assegurar um resultado bem-sucedido para esta COP", afirmou a organização, por meio de comunicado.
Há mais de uma semana, a ONU havia alertado para riscos à exposição elétrica nos pavilhões e para a necessidade de "reparos urgentes" nas instalações da COP30 em carta à presidência do evento, segundo o Bloomberg News.
Simon Stiell, secretário-executivo da ONU Mudanças Climáticas, criticou a segurança do evento e exigiu que autoridades brasileiras desenvolvessem um plano para lidar com temperaturas elevadas, alagamentos, problemas na infraestrutura e outras condições na COP30.
Segurança e infraestrutura
A área afetada pelo incidente ficará isolada até a conclusão da Conferência. "Agradecemos a cooperação, paciência e compreensão de todos. Temos um trabalho substancial pela frente, e confiamos que os delegados retornarão às negociações com espírito de solidariedade e determinação para assegurar um resultado bem-sucedido para esta COP", trouxe comunicado da organização.
Há mais de uma semana, a ONU havia alertado para riscos à exposição elétrica nos pavilhões e para a necessidade de "reparos urgentes" nas instalações da COP30 em carta à Presidência do evento, segundo o Bloomberg News.
Simon Stiell, secretário-executivo da ONU Mudanças Climáticas, criticou a segurança do evento e exigiu que autoridades brasileiras desenvolvessem um plano para lidar com temperaturas elevadas, alagamentos, problemas na infraestrutura e outras condições na COP30.