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Lula quer lançar projeto de tarifa zero no Brasil até 2026; Caucaia é estudada como modelo
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Lula quer lançar projeto de tarifa zero no Brasil até 2026; Caucaia é estudada como modelo

Informações foram divulgadas pelo deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), durante o VI Fórum da Federação dos Transportes (Fetrans)
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Caucaia implementou a tarifa zero em 2021 (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Caucaia implementou a tarifa zero em 2021

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deseja lançar, até o fim de 2026, um programa que possibilita tarifa zero nos ônibus dos municípios brasileiros. Caucaia, situada na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), é uma das cidades que estão sendo estudadas como modelo para a construção dessa política. 

Leia também | Emenda propõe criação de fundo para viabilizar tarifa zero nos ônibus de Fortaleza

Informações foram divulgadas pelo deputado federal e ex-secretário de Mobilidade e Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto (PT-SP), durante o VI Fórum da Federação dos Transportes (Fetrans), que ocorreu nesta segunda-feira, 24, na capital cearense. Político integrou o debate promovido pelo evento. 

Momento teve como tema a "sustentabilidade no transporte público urbano, a partir dos conceitos e princípios da tarifa zero, transição energética, novo marco legal do Transporte Público", entre outros. 

Na ocasião, Jilmar deu entrevista ao O POVO e falou sobre o desejo do presidente de implementar um projeto para viabilizar tarifa zero nas cidades brasileiras até o fim de 2026, quando seu mandato acaba.  

"O presidente Lula pediu tanto para mim como para o ministro (da Fazenda) Fernando Haddad para fazer estudos relacionados de como implantar tarifa zero nos municípios do Brasil", disse o político. 

Ainda segundo ele, para isso estão sendo analisadas como modelo cidades que já contam com transporte gratuito. Entre elas Caucaia, a 14,71 km de Fortaleza, que desde 2021 passou a contar com essa política. 

"Se Caucaia (implantou tarifa zero) sem recursos do Governo Federal, imagina o quão é melhor a qualidade (do processo) se o Governo Federal pôr o dinheiro em Caucaia? Então, melhora muito mais a operação (...) A qualidade melhora", destacou, frisando que o município é o maior do País que tem esse tipo de política.

Jilmar explicou ainda que as cidades devem buscar aderir ao programa e reforçou que o desenvolvimento do mesmo está em fase de estudo. "Nós já temos 138 cidades que têm a tarifa zero no Brasil. (...) E é importante a gente ampliar esse debate cada vez mais, para dar o direito de todos de ir e vir", frisou.

Além do deputado, participaram da mesa o professor José Ademar Gondim, do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Francisco Mata Machado, professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG). O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, mediou o debate.

Mário Albuquerque, presidente em exercício da Fetrans, destacou a importância do evento para se discutir sobre a gratuidade desse tipo de serviço. "A tarifa zero ela não vai acontecer hoje, mas a gente vai caminhando para chegar lá, cada um fazendo sua parte (...) Essa discussão é crucial", disse.

Fortaleza: empresas de ônibus fizeram tratado para evitar novas suspensões

Presente no momento, Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus, citou um pouco da experiência e dos desafios do transporte urbano em Fortaleza. Em entrevista ao O POVO após o fim do evento, ele afirmou que a Capital não deve mais ter linhas suspensas da forma como aconteceu em setembro recente. 

Na época, fortalezenses foram pegos de surpresa com a suspensão de 25 rotas, medida tomada pelo Sindiônibus, que classificou ação como "indispensável para garantir a continuidade do sistema e o cumprimento de responsabilidades, como o pagamento de salários e a manutenção da operação".

"A gente estava mês após mês acumulando prejuízo, tinha acabado de fechar mais uma empresa e a preocupação naquele momento era justamente a gente não conseguir alguma forma de equilibrar minimamente o sistema e haver um colapso", explicou Dimas em entrevista. 

Para evitar que seja necessário adotar um movimento como esse novamente, Dimas afirmou que depois desse episódio foi firmado um acordo interno entre as empresas de ônibus.

"Na verdade é uma coisa interna nossa, para que se alguma empresa tiver alguma dificuldade com alguma coisa que possa suspender a operação dela, por exemplo, compra de combustível, alguma coisa relacionada a mão de obra, a gente tem que dar um jeito de se apoiar internamente, transferir esse serviço para uma outra empresa enquanto ela resolve esse problema", explica.

 

Empresas de ônibus firmaram acordo para evitar novas suspensões

Presente no momento, Dimas Barreira, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), citou um pouco da experiência e dos desafios do transporte urbano em Fortaleza. Em entrevista ao O POVO após o fim do evento, ele afirmou que a Capital não deve mais ter linhas suspensas da forma como aconteceu em setembro recente.

Na época, fortalezenses foram pegos de surpresa com a suspensão de 25 rotas, medida tomada pelo Sindiônibus, que classificou ação como "indispensável para garantir a continuidade do sistema e o cumprimento de responsabilidades, como o pagamento de salários e a manutenção da operação".

"A gente estava mês após mês acumulando prejuízo, tinha acabado de fechar mais uma empresa e a preocupação naquele momento era justamente a gente não conseguir alguma forma de equilibrar minimamente o sistema e haver um colapso", explicou Dimas em entrevista.

Para evitar que seja necessário adotar um movimento como esse novamente, Dimas afirmou que depois desse episódio foi firmado um acordo interno entre as empresas de ônibus.

"Na verdade é uma coisa interna nossa, para que se alguma empresa tiver alguma dificuldade com alguma coisa que possa suspender a operação dela, por exemplo, compra de combustível, alguma coisa relacionada a mão de obra, a gente tem que dar um jeito de se apoiar internamente, transferir esse serviço para uma outra empresa enquanto ela resolve esse problema", explica.

Crise

Em setembro passado, 25 rotas de ônibus foram suspensas na capital cearense e pegaram passageiros de surpresa

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