Uma fábrica clandestina de cigarros desarticulada pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) na zona rural do município de Tianguá, a 285,63 quilômetros de Fortaleza, tinha alojamento, cozinha e um campo de futebol.
Ao todo, dez paraguaios foram presos em flagrante durante atuação na linha de produção ilegal dos produtos, nessa segunda-feira, 24. O imóvel funcionava na localidade de Cinturão Verde.
No imóvel, os trabalhadores estrangeiros jogavam futebol enquanto passavam período na fábrica. A investigação revelou que os suspeitos atuavam em um sistema de rodízio para operar o maquinário e manter a produção de cigarros falsificados.
O delegado e diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), George Monteiro, afirma que os suspeitos passavam entre 30 a 40 dias na região cearense. Em seguida, eles retornavam para o Paraguai, enquanto outros suspeitos eram encaminhados para atuar na fábrica durante o novo período.
“O indicativo que tem é de que um outro grupo vinha sempre em substituição, sempre sistema de rodízio”, disse o diretor. Os dez suspeitos presos na operação tinham entre 25 e 47 anos de idade e teriam entrado ilegalmente no Brasil para atuar na produção dos cigarros.
A investigação que desencadeou o esquema criminoso teve início após uma denúncia anônima em que apontava para a atuação ilegal em uma zona rural no interior do Estado. O local teria sido escolhido diante da ausência de vizinhança ou de pessoas que pudessem levar informações ao poder público para coibir a ação dos suspeitos.
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Durante a operação no local, além das prisões, foram apreendidos máquinas de fabricação que são avaliadas cada uma em R$ 2 milhões, embalagens, insumos, um gerador de energia, empilhadeiras, além de caixas de filtros e cigarros prontos para comercialização.
A investigação estima que o grupo criminoso teria movimentado, por mês, de R$ 2 a R$ 4 milhões. Os cigarros ilegais eram destinados à comercialização em comércio e supermercados, por exemplo, tanto no Ceará como em outros estados brasileiros. A investigação, no entanto, não revelou quais regiões foram identificadas.
Os dez paraguaios presos foram apontados apenas como operários da linha de produção. Todos eles vão responder por crimes contra a ordem tributária e associação criminosa. A Polícia Civil do Ceará informou que a investigação continua para identificar lideranças responsáveis pela estrutura clandestina do grupo.
A Polícia Civil informou que as prisões assim como as apreensões serão comunicadas à Polícia Federal (PF). A operação foi conduzida pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), unidade especializada vinculada ao Depatri.
As ações também contaram com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da PC-CE.