A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Fortaleza (Apae) recebeu na manhã dessa sexta-feira, 12, o recurso, no valor de R$ 1 milhão, da Prefeitura de Fortaleza, para custear o atendimento especializado às pessoas com deficiência assistidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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Atualmente, cerca de 400 crianças são atendidas via SUS pela entidade. Por meio da Secretária Municipal de Saúde de Fortaleza, a Prefeitura assinou o termo de aditivo ao convênio com a Apae, na sede da Associação, na Capital.
A Apae existe há 70 anos e oferta serviços de Fonoaudiologia, Psicologia, Terapia Ocupacional (TO), Fisioterapia, Psicopedagogia/Pedagogia, além de Atendimentos Médicos, Odontológicos, Serviços Sociais e Enfermagem.
No local, há também o projeto "Teativo" pelo qual são oferecidas aulas de esporte como natação, para desenvolver a mobilidade, dar mais energia e incentivar o paciente a socializar, brincar e conhecer outros espaços.
A secretária municipal da Saúde, Riane Azevedo, esteve presente e discutiu a importância do aditivo financeiro para a Apae, aumentando o aporte de cerca de R$ 700 mil deste ano para R$ 1 milhão para o ano de 2026.
Essa parceria existe desde 2016 e foi revisada com o objetivo de elevar os recursos destinados à Apae. Ou seja, neste ano, a novidade é a ampliação do recurso e a parcela única.
Para Riane, a destinação do recurso é fundamental para que instituições como a Apae possam aprimorar o atendimento e a qualidade do suporte oferecido a pacientes neurodivergentes. Além disso, segundo ela, demonstra a prioridade dada pela Prefeitura ao programa "Fortaleza Inclusiva".
“A gente sabe que as instituições que nós temos hoje estão nos seus limites e a gente precisa ajudar todas essas instituições para que elas possam ter um melhor atendimento, dar uma melhor qualidade, desde o diagnóstico até o acompanhamento desses pacientes”, disse Riane.
A diretora do Apae, Pauline Moura, explica que a associação privada e beneficente se sustenta principalmente com mensalidades no valor de R$ 50 dos associados.
Por isso, a Associação busca reconhecimento e recursos do poder público para atender as pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“Temos 33 Apaes e elas precisam ser reconhecidas pelo poder público, porque se elas não forem reconhecidas pelo poder público, não conseguem fazer nada. Porque os pais contribuem com uma mensalidade muito pequenininha. E como é uma associação, apesar de ser beneficente, é uma associação particular, ela precisa ter dinheiro”, afirma Pauline.
A mensalidade é paga apenas pelos pais associados. As pessoas encaminhadas pelo SUS são atendidas gratuitamente.
Alguns familiares destacam as dificuldades enfrentadas no acesso ao diagnóstico e ao encaminhamento pelo SUS. Há menções de longas filas de espera e impacto significativo na vida profissional e pessoal das mães e acompanhantes dos pacientes.
É o caso de Tatiane Lima, 30, que precisou deixar um emprego de vendedora — financeiramente vantajoso para ela – para poder cuidar do filho, de 9 anos.
Segundo ela, o menino enfrentava sérios desafios de desenvolvimento, comportamento na escola, dificuldades na leitura e hiperatividade intensa.
Ela conta que passou por uma luta incansável pelo diagnóstico e tratamento do filho, com dificuldade em conseguir acesso ao serviço público. Ela chegou a entrar na justiça para garantir acesso a terapias.
“Eu não estava mais aguentando esperar, eu não estava mais aguentando não ser chamada, eu não tenho condições de pagar uma psicóloga porque no final do ano passado eu tive que abandonar o meu emprego para ficar com ele, porque não tinha quem ficasse. Eu fui na Justiça, coloquei pela Defensoria Pública”, relembra Tatiane.
Após um processo judicial, seu filho, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) combinado. Ele iniciou um tratamento multidisciplinar na Apae que resultou em uma melhora significativa no comportamento e na aprendizagem da criança: "ele melhorou 100%. Hoje em dia ele é outra criança".
De forma semelhante, a trabalhadora doméstica e manicure, Nerizete Nascimento, 65, passou quase cinco anos na fila do SUS para que o seu neto de 10 anos fosse atendido na Apae.
Ela relata que o período de espera foi uma "tortura", com o menino enfrentado muitas crises, mas afirma que, após o início do tratamento, ele "melhorou muito", sendo agora uma criança diferente e com poucas crises.
A secretária municipal de Saúde, Riane Azevedo, reconheceu que o processo de encaminhamento para instituições como a Apae pode ser lento, resultando em longas filas de espera.
Mas ela assegura que a melhora no processo de agilidade da lista de espera ocorrerá por meio da revisão de todas as parcerias que a Secretaria está realizando, com entidades como o Hospital São Vicente e com a Apae, além de outras instituições.
“Como nós estamos fazendo aqui na Apae e nós iremos fazer em outras entidades também, conhecendo a estrutura, levando nossa equipe para estar no dia a dia vendo isso”, afirma Riane.
Ela acrescentou que a “prefeitura também está criando estruturas para ajudar e incluir essas pessoas, como o próprio projeto Girassol, e através do núcleo de diagnóstico para fazer o diagnóstico e o acompanhamento”.
A diretora da Apae, aborda a demora no atendimento pelo SUS atribuindo o problema à limitação do convênio e ao processo de alocação de pacientes pela Secretaria de Saúde.
“A alocação das pessoas atendidas pelo SUS é feita pela secretaria, eles que encaminham. O convênio muito pequeno em relação ao número de atendimentos e à procura. A procura hoje é muito alta. É por isso que nós estamos fazendo novas parcerias com a Secretaria para poder aumentar o atendimento”, comenta Pauline.
Desafios
A instituição afirma que vinha enfrentando dificuldades financeiras e estruturais, o que comprometia parte dos atendimentos
Parcerias deverão passar por revisão
A secretária municipal de Saúde, Riane Azevedo, reconheceu que o processo de encaminhamento para instituições como a Apae pode ser lento, resultando em longas filas de espera.
A gestora assegura que a melhora no processo de agilidade da lista de espera ocorrerá por meio da revisão de todas as parcerias que a Secretaria está realizando, com entidades como o Hospital São Vicente e com a Apae, além de outras instituições.
"Como nós estamos fazendo aqui na Apae e nós iremos fazer em outras entidades também, conhecendo a estrutura, levando nossa equipe para estar no dia a dia vendo isso", afirma Riane.
Ela acrescentou que a "Prefeitura também está criando estruturas para ajudar e incluir essas pessoas, como o próprio projeto Girassol, e através do núcleo de diagnóstico para fazer o diagnóstico e o acompanhamento".
Já a diretora da Apae, Pauline Moura, aborda a demora no atendimento pelo SUS atribuindo o problema à limitação do convênio e ao processo de alocação de pacientes pela Secretaria de Saúde.
"A alocação das pessoas atendidas pelo SUS é feita pela secretaria, eles que encaminham. O convênio muito pequeno em relação ao número de atendimentos e à procura. A procura hoje é muito alta. É por isso que nós estamos fazendo novas parcerias com a Secretaria para poder aumentar o atendimento", comenta Pauline.
Dificuldades do acesso ao serviço pelo SUS
Alguns familiares destacam as dificuldades enfrentadas no acesso ao diagnóstico e ao encaminhamento pelo SUS. Há menções de longas filas de espera e impacto significativo na vida profissional e pessoal das mães e acompanhantes dos pacientes.
É o caso de Tatiane Lima, 30, que deixou o emprego para cuidar do filho, de 9 anos. Segundo ela, o menino enfrentava sérios desafios de desenvolvimento, comportamento na escola, dificuldades na leitura e hiperatividade intensa.
Ela conta que entrou na justiça para garantir acesso a terapias: "Eu não estava mais aguentando esperar, então recorri à Defensoria Pública".
A criança iniciou um tratamento multidisciplinar na Apae e "melhorou 100%".
De forma semelhante, a trabalhadora doméstica e manicure, Nerizete Nascimento, 65, passou quase cinco anos na fila do SUS para que o seu neto de 10 anos fosse atendido na Apae.
Ela relata que o período de espera foi uma "tortura", mas após o início do tratamento, ele "melhorou muito" e diminuiu o número de crises.