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Novo medicamento pode representar avanço no tratamento de LMA
Ciência e Saúde

Novo medicamento pode representar avanço no tratamento de LMA

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Feitos com ciclos de quimioterapia e, em alguns casos, o transplante de medula óssea, o tratamento tradicional para leucemia ainda é considerado, pelo oncohematologista Evandro Maranhão Fagundes, como “burro”. “Porque a quimio não sabe discernir o que é uma célula doente e uma célula normal, ela destrói tudo”, aponta. Atualmente, apenas 25% dos pacientes com leucemia mielóide aguda (LMA) podem ser curados com a quimio e a taxa de sobrevida após cinco anos do diagnóstico é de aproximadamente 27%, considera uma das mais baixas entre as leucemias.

Como forma de auxiliar nesse tratamento e dar mais perspectiva de cura, foi desenvolvida, e acaba de ser lançada no Brasil, uma droga que atua em pacientes diagnosticados com LMA que apresentam mutação FLT3. A mutação acomete 30% dos casos de LMA no mundo e dá ao paciente um prognóstico ainda pior de cura: a sobrevida após cinco anos é de apenas 15%. A droga midostaurina - aprovada no Brasil pela Anvisa a partir da Novartis sob o nome de Rydapt - atua inibindo os receptores de quinases, proteína que ativa a reprodução das células malignas.

Já vendida em parte da Europa, no EUA, Canadá e na Argentina, a droga mostrou em estudos clínicos que, combinada com a quimioterapia, há uma melhora significativa na sobrevida global com a redução de 23% no risco de morte em comparação com o tratamento com a quimioterapia isolada. “Usar a quimio associada a uma droga dessas faz com que o hematologistas tenha uma perspectiva de tratar o paciente com leucemia de uma forma mais inteligente”, pondera Fagundes. A droga, já disponível no mercado, tem custo de cerca de R$ 34,15 mil, para o primeiro ciclo, e manutenção de R$ 68,3 mil. Não há previsão de ser fornecida pelo SUS.

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