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Maioria dos infectados que restam em Fortaleza pode não ter sintomas
Ciência e Saúde

Maioria dos infectados que restam em Fortaleza pode não ter sintomas

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“Pouca gente em Fortaleza está com a infecção ativa, e a maioria provavelmente é assintomática”, afirma o médico infectologista Antônio Lima, membro do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus (o qual tem se debruçado sobre os decretos de retomada das atividades) e do comitê científico do Consórcio Nordeste, grupo formado por nove estados nordestinos para orientar as ações no combate à pandemia na região.

“Cidades que passaram pela pandemia, como Nova Iorque, por exemplo, têm mantido a testagem em massa para encontrar esses casos assintomáticos e rastreá-los. Aqui em Fortaleza estamos utilizando a mesma estratégia de contenção, conduzida pelo Governo do Estado, para ampliação de testagem. O exemplo é o acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a aplicação de 10 mil testes diários do RT-PCR. O objetivo é simples: encontrar, rastrear e isolar”, destaca.

“Se tivéssemos na fase de transição alta demais, essa estratégia teria pouco efeito porque você estaria vendo o fluxo de pacientes sintomáticos. Nesta fase baixa, estamos no momento de invisibilidade, pois parte expressiva dos infectados está assintomática. Como estamos no meio da discussão da volta às aulas, entendemos que é preciso fazer a testagem em massa nesse momento”, afirma o gestor.

A discussão é pertinente: em São Paulo, a prefeitura decidiu adiar a volta às aulas nesta semana após descobrir que mais de 64% das crianças infectadas pelo coronavírus eram assintomáticas - praticamente duas vezes mais o número de crianças que testaram positivo e não apresentaram sintomas. O dado faz parte do inquérito sorológico realizado pela gestão municipal.

“Essa investigação de São Paulo foi feita utilizando investigação clínica e questionários, mas a que pretendemos fazer em Fortaleza será mais completa, utilizando tantos os testes moleculares (RT-PCR) quanto os de sorologia (presença de anticorpos específicos (IgM/igG)”, detalha. Segundo o médico, o inquérito escolar de Fortaleza poderá ser realizado ainda neste mês de agosto.

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