Marina Pinto, 23, está no último período de medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC) e não interrompeu o internato durante a pandemia do novo coronavírus. Ao participar de uma testagem em massa feita com servidores e alunos da universidade, se deparou com o resultado positivo no teste de anticorpos IgM e IgG. “Tive um misto de sensações. Senti medo e alívio. Medo porque eu poderia ter levado a doença para todos em casa. Minha irmã, que divide o quarto comigo, acabou pegando mas ainda bem que ela também não apresentou sintomas. Só soube que pegou porque ela também fez o teste rápido e deu positivo”, lembra.
A estudante fez o teste em junho e acha que pode ter contraído a Covid-19 em abril, época em que o hospital em que estagiava passou a receber mais pacientes com a doença. “Não tive sintoma algum, então fica difícil dizer com certeza quando peguei. Mas como o meu trabalho era lidar diretamente com pessoas infectadas, pode ter sido nessa época de pico da pandemia”, afirma.
“O alívio com o resultado do teste foi porque teoricamente eu não iria mais correr o risco de transmitir a doença para toda a família. Minha mãe tem trombofilia (predisposição para desenvolver trombose, doença caracterizada pela formação de trombos ou coágulos de sangue) e poderia ter sido bem pior para ela. Agora vou um pouco mais tranquila para o serviço. Não 100%, é claro”, completa. (Flávia Oliveira)