A esposa do profissional autônomo Marcos Martins, 34, testou positivo para a Covid-19 em maio último. Uma semana após se tratar em casa, teve complicações e precisou ser internada. O casal sofreu junto a aflição e incertezas da pandemia. Passado o risco, ela retornou para a quarentena domiciliar.
Neste período, Marcos não apresentou sintoma algum, mas o temor era constante. Preocupado, buscou atendimento para descartar a doença. “Eu fui ao médico por precaução, mas havia também o medo de estar infectado sem saber e descobrir quando não tivesse mais chances de me recuperar”, conta.
Assintomático, ele não conseguiu testar para o novo coronavírus por meio do plano de saúde. Ocorre que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina o teste obrigatório às operadoras somente quando o quadro clínico sinaliza caso suspeito. O profissional autônomo teve então de recorrer a outros exames, como raio-x do tórax e hemograma.
“Eu fui por prevenção e me deparei com o pulmão 50% comprometido. Segundo o médico, meu pulmão estava infiltrado. O exame de sangue também mostrou uma infecção muito grande”, lembra. Marcos fez o tratamento e após cinco dias da medicação, refez os exames e foi constatado que estava em processo de recuperação. Ao lado da esposa, ficou cerca de 30 dias no isolamentos social e monitorando os riscos.
“É um pouco confuso não ter sintomas e estar com essa doença. O medo fica maior, pois, talvez, a sensação é de que a qualquer momento eu pudesse ter algo irreversível e ser tarde demais”, relata.