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O que aconteceu com a hidroxicloroquina?
Ciência e Saúde

O que aconteceu com a hidroxicloroquina?

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Químicos alemães sintetizaram a cloroquina na década de 1930 como uma droga contra a malária. Uma versão menos tóxica, chamada hidroxicloroquina, foi inventada em 1946 e posteriormente aprovada para outras doenças, como lúpus e artrite reumatóide. No início da pandemia de Covid-19, ambas as drogas foram apontadas como uma "virada de jogo" contra a doença.

Entretanto, estudos mais detalhados se mostraram decepcionantes. Em maio, cloroquina e o seu derivado se tornaram os fármacos mais estudados mundialmente contra o novo coronavírus: um em cada três ensaio clínicos sobre a doença envolviam pelo menos uma das drogas. Ensaios clínicos randomizados feitos em diversos países descobriram que a hidroxicloroquina não ajudou as pessoas com Covid-19 a melhorar, não reduziu a gravidade da doença e tampouco impediu que pessoas saudáveis contraíssem o novo coronavírus. Concomitantemente, pesquisadores associam o remédio a riscos de arritmias e lesões no fígado.

Banida em alguns países e incentivada em outros, a droga continua sendo estudada para aplicações contra o Sars-CoV-2. Conforme a plataforma Clinical Trials, maior banco de dados sobre ensaios clínicos no mundo, atualmente estão sendo conduzidos 253 estudos sobre a ação substância contra o Sars-CoV-2 em humanos. No último dia 15, um estudo da OMS em 30 países concluiu que ela é ineficaz contra a Covid-19.

No Brasil, a hidroxicloroquina permanece no Manual de Orientações do Ministério da Saúde para Manuseio Medicamentoso Precoce de Pacientes com Diagnóstico da Covid-19. A Pasta já distribuiu 5,8 milhões de caixas de cloroquina e 289 mil de hidroxicloroquina aos estados e municípios desde o início da pandemia. Sem uma gestão centralizada, alguns municípios por todo o País seguem distribuindo a droga em "kits Covid" para prevenção da doença.

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