As possibilidades para o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata aumentam a cada ano. Identificação precoce de tumores, novos medicamentos, imunoterapia, marcadores moleculares e cirurgia minimamente invasiva fortalecem o arsenal terapêutico. "Dos anos 2000 até agora, tivemos um boom. Especialmente em relação a drogas intravenosas e orais", afirma Sarah Gonçalves, especialista em Ciências Oncológicas e gerente médica da Astellas Farma Brasil.
Segundo ela, os novos medicamentos orais melhoram a qualidade de vida tanto pela eficácia e poucos efeitos colaterais, quanto por permitir um tratamento mais autônomo e em casa. Atualmente dois fármacos estão na iminência de entrar no cotidiano dos tratamentos: a enzalutamida e a apalutamida. Ambas já são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e utilizadas em casos metastáticos. Agora, estão no processo de atualização do Rol de Procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Caso aceitas, estarão entre os serviços obrigatórios que planos de saúde devem oferecer a beneficiários.
Karine Trindade, oncologista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), enfatiza que "a prevenção sempre tem que vir antes do tratamento". "Quanto mais inicial e menor o risco, geralmente a orientação é só pelo acompanhamento do paciente. Conforme aumenta o risco e o avanço da doença, as opções passam a ser a cirurgia, a radioterapia, a hormonioterapia e a quimioterapia", aponta. "Hoje temos tratamentos mais modernos, como a irradiação, que utiliza a medicina nuclear e tem efeitos colaterais muito baixos, e drogas que agem em genes de reparo do DNA."
Existem ainda os progressos cirúrgicos. Cada vez mais aplicadas, a vídeolaparoscopia e a cirurgia robótica estão na rotina dos centros de saúde, evitando as grandes incisões das cirurgias tradicionais. Os procedimentos se dão através de pequenos furos na pele, de 5 a 12 milímetros em média, através dos quais o cirurgião ou um robô controlado por ele realiza o procedimento. Entre os benefícios estão cicatriz reduzida, menos dor no pós-operatório, menor taxa de complicações e recuperação mais rápida.
Já no campo diagnóstico, ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética são métodos que detectam o câncer pelas características estruturais e anatômicas. O PET PSMA, por exemplo, é um exame que utiliza medicação radioativa de baixa dose com afinidade específica para PSA. Os métodos geralmente são indicados quando os exames de toque e de dosagem do antígeno prostático específico não são suficientemente precisos.