Aos 70 anos, José Clarindo Queiroz é um ativo professor de karatê fazendo parte do cotidiano de jovens em Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza. "As artes marciais fazem parte da minha vida desde os nove anos, quando comecei a praticar com meu pai", explica. Assim, hábitos saudáveis e atividade física sempre estiveram presentes para o senhor que já atuou como segurança, abriu academias de karatê e também estudou Teologia.
Foi em 2017, depois de quase duas décadas indo anualmente ao urologista, que suspeitas sobre o câncer de próstata começaram a aparecer. "Apesar de tudo estar normal no exame de toque, meus níveis de PSA começaram a estar cada vez mais altos. Foi para seis, oito, doze (nanogramas/ml)", lembra. Nesse momento outros exames se fizeram necessários. "Foram muitos exames, radiografias, ultrassom. Alguns bem caros. Meu privilégio foi poder contar com minha família e poder pagar, sem precisar esperar pelo Sistema Único de Saúde (SUS)", conta. "Apesar de o SUS ser muito bom, uma doença como essa não pode esperar pelo tempo que às vezes leva na rede pública", lamenta.
Já em 2020, em meio à pandemia, veio o diagnóstico: era câncer de próstata — e em fase agressiva começando a afetar órgãos ao redor. No dia 24 de junho, data de seu aniversário, Clarindo passou pela prostatectomia radical. "Fui atendido no Instituto do Câncer e logo que o médico deu o diagnóstico já marcou a cirurgia. Meu maior medo foi ficar dependente da sonda urinária e da bolsa de colostomia e ter que parar com minhas aulas", recorda. "Mas deu tudo certo. Precisei por pouco tempo, usei fralda por um mês e nessa semana recebi a alta."
Ele afirma ainda que os anos desde o início de suspeitas da doença até a cirurgia foram difíceis e a compreensão trazida pela fé foi essencial para sua vivência. "Ao mesmo tempo, tudo me mostrou a importância de ter um bom médico e de manter a rotina de exames, mesmo tendo uma vida saudável", pondera.