A intenção do James Webb, dentre outros objetivos, é procurar por vida fora da Terra. Saber se estamos sozinhos no universo é um anseio antigo da humanidade e as novas tecnologias do satélite prometem nos deixar mais próximos desta resposta. O professor Daniel Brito, astrofísico da UFC, aponta que a análise da atmosfera de exoplanetas, que orbitam ao redor de estrelas diferentes do sol, poderá ser realizada de forma mais precisa.
"Para ter como exemplo, se nós encontrarmos uma atmosfera que é rica em oxigênio, nós sabemos que pode ter alguma coisa acontecendo em sua superfície. Afinal de contas, para você manter o oxigênio no estado de gás, você precisa que exista uma manutenção constante", argumenta. O cientista explica que, com base no nosso conhecimento da Terra, a presença do gás pode indicar que uma planta está realizando o processo de fotossíntese.
No mesmo sentido, uma grande manifestação de dióxido de carbono (CO2) pode estar associada a uma civilização que está passando por uma época semelhante a nossa, com excessiva produção da substância e consequente reflexo na composição da atmosfera. A expectativa, conforme explica Brito, é que o Webb atue com alvo em exoplanetas específicos, retirados de missões anteriores, e observe a estrutura molecular da atmosfera. "Temos interesse em descobrir uma 'Terra 2.0', que propicie abrigar a vida e funcione como um segundo lar", acrescenta o especialista.