A ciência parasitária, ou ciência paraquedas, é a prática na qual "países de renda mais baixa são explorados por seus fósseis e dados, mas o conhecimento e poder são mantidos pelos países de renda mais alta", explica nota das pesquisadoras. No estudo, a origem dos fósseis e a ausência de pesquisadores locais foram dois pontos principais para identificar os mais afetados pela ciência parasitária.
A maioria está localizada no sul global, especialmente: República Dominicana, Mianmar, Namíbia, Groenlândia, Tanzânia, Madagascar, Uzbequistão, Omã, Quirjistão e Etiópia. "Atualmente", indicam as pesquisadoras, "os destinos mais populares para a ciência paraquedista são Mianmar, República Dominicana, Marrocos, Mongólia e Kazaquistão".
Esses países têm, em sua maioria, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou médio. Segundo a análise da pesquisa, são justamente os fatores socioeconômicos e políticos que influenciam a produção de pesquisa paleontológica. É dizer que países com IDH alto, por terem mais investimento em educação, têm mais possibilidades de pesquisa. Ainda, o IDH alto costuma acompanhar um bom índice de Produto Interno Bruto (PIB), que mede a economia das nações.
"A maior correlação encontrada, todavia, foi a associada ao legado colonial, ou seja, o maior impacto na produção de pesquisa paleontológica, está ligado ao histórico colonial de cada país", pontuam.