O diagnóstico de câncer de mama em um homem aumenta potencialmente o risco de câncer de mama em todas as mulheres da família do paciente, pois é um fator de risco para alteração genética hereditária. Todo paciente do sexo masculino com a doença deve ser encaminhado para aconselhamento genético.
Cerca de um em cada cinco homens com câncer de mama têm pais, irmãos ou filhos com a doença, alerta Andréa Gadêlha Guimarães, oncologista clínica do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).
"Tem um peso maior no caso dos pacientes homens. Mesmo que o homem não tenha história familiar, ele precisa ser encaminhado para um serviço de genética para saber se existe alguma mutação e qual é. Para ver se tem algo que possa ser feito para ele e para as gerações subsequentes", frisa a médica.
Paula Saab, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, diz que existem vários painéis genéticos a serem testados nesses casos. "O que está mais relacionado ao câncer de mama é o BRCA 2. Se o do paciente diagnosticado com a doença der positivo para a mutação, todos os parentes de primeiro grau, filhos, irmãos, pai, mãe têm indicação de realizar para identificar se também têm", pormenoriza.
Ela explica que o gene BRCA 2 é um gene de supressão tumoral. Isto é, é um gene "responsável pela estabilidade da célula". Ele evita que a célula normal se transforme em uma célula maligna. Segundo Paula Saab, quando ele apresenta deficiência, mutação, isso favorece a proliferação exacerbada dessa célula.
Além disso, homens com essa mutação têm risco de outras doenças associadas, como câncer de próstata e de pâncreas. Também aumenta muito o risco de outros tipos de câncer nas mulheres.