No Ceará, o serviço de polissonografia é ofertado pela rede pública no Laboratório do Sono do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). No ano passado, o equipamento — que observa e analisa anomalias no sono, como a apneia do sono —, realizou 548 atendimentos, um aumento de 40% em relação a 2021.
O exame acontece no turno da noite. O primeiro passo para a realização da polissonografia é o preenchimento de um questionário para avaliar os hábitos e a rotina do paciente.
O exame é montado e os sensores são colocados em contato com o diferentes partes do corpo do paciente. Então, ele é direcionado ao quarto onde deve dormir e ter o sono examinado por seis a oito horas.
Neste período, são analisados o movimento ocular e as atividades muscular e cerebral do paciente, de forma que os médicos monitorem os diferentes estágios do sono. Também são avaliados fluxo respiratório, saturação de oxigênio, esforço respiratório e ritmo cardíaco. A partir dessas informações, o médico especializado pode diagnosticar a presença de apneia.
Segundo o otorrinolaringologista Sérgio Tadeu Almeida, coordenador do Laboratório do Sono do HGF, além da polissonografia, em 2023 o hospital planeja começar a realizar também o teste das latências múltiplas do sono (TLMS), que pode diagnosticar sonolência excessiva diurna e narcolepsia. Para ele, diante da grande demanda de pessoas com distúrbios do sono, o ideal seria que fossem ampliados os serviços ofertados e os locais que oferecem a possibilidade de fazer o exame.
Ele explica que, nos últimos 20 anos, as repercussões dos distúrbios do sono na qualidade de vida das pessoas passaram a ser mais notadas. "O indivíduo que tem insônia, ronco e apneia, acaba tendo uma maior chance de processos inflamatórios que podem predispor a hipertensão arterial, ou pressão alta, doenças coronarianas com maior risco de infarto, arritmia e AVC. Quando você identifica esses distúrbios e os trata, você consegue garantir uma maior qualidade de vida para o indivíduo (...), também evitar fatores de risco que possam desencadear doenças cardiovasculares," coloca.