No processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, com fatores internos e externos influenciando no comportamento e nas decisões — o adolescente precisa de ajuda para entender e saber lidar com suas próprias experiências emocionais. O núcleo familiar é fundamental, pois é o responsável por criar um ambiente saudável para que o indivíduo consiga se desenvolver.
De acordo com a psicóloga Fabíola Menezes, essa fase costuma trazer desafios para os jovens e para suas famílias, sendo necessária uma "flexibilidade de ambas as partes".
"Os pais precisam encontrar um equilíbrio entre as atitudes de cuidar e, ao mesmo tempo, ajudar a abrir caminho para que os filhos amadureçam e conquistem sua autonomia e independência. Ao mesmo tempo que devem orientar e alertar os filhos sobre todos os riscos que os cercam, os pais devem estimular a capacidade deles de pensar por si mesmos e tomar as decisões que já estão ao alcance deles", orienta.
Ainda segundo a psicóloga, o mais importante é que pais estejam sempre disponíveis para estabelecer um diálogo aberto com os filhos. Isso deve ser feito respeitando a autonomia dos jovens e dando o espaço que eles "precisam para a afirmação de sua individualidade e identidade".
Conversa é a base da relação que Clivia Geritza tem com a filha Julie. A assistente administrativo conta que, sempre que observa a adolescente calada, a chama para conversar e saber o que está acontecendo.
"A educação que tentamos repassar é que acima de tudo somos os melhores amigos dela (pai, mãe e irmã), ou seja, que ela pode nos contar tudo e dessa forma vamos dando exemplos de nossas vidas e de experiências reais. O que não pode esquecer é que a vida é um grande desafio e ter em mente que toda escolha na vida tem suas consequências sejam boas ou ruins, isso irá depender do que escolher", diz.
O diálogo também é a chave para aproximar Elisângela Alves do filho Guilherme. Na ausência de palavras, o segredo passa a ser outro: comida. "Quando percebo ele mais quieto, espero o momento certo para conversar. E geralmente quebro o silêncio convidando para um lanche", relata a assistente social.