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Ebulição global: o alerta para o superaquecimento do Planeta
Ciência e Saúde

Ebulição global: o alerta para o superaquecimento do Planeta

| Mudança Climática | Julho de 2023 foi o mês mais quente da história, mas o futuro guarda recordes ainda piores. Consequências da alta temperatura incluem queimadas, secas, ciclones e até aumento do nível do mar
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Uma imagem aérea mostra Old Lahaina Center e Foodland Lahaina entre casas e empresas destruídas ao longo da Front Street, totalmente queimadas na histórica Lahaina, após incêndios florestais no oeste de Maui, em Lahaina, Havaí, em 10 de agosto de 2023. Autoridades em combate no Havaí que foram criticados pela falta de avisos quando um incêndio mortal que atingiu uma cidade insistiu em 16 de agosto que soar sirenes de emergência não teria salvado vidas. Pelo menos 110 pessoas morreram quando o inferno atingiu Lahaina na semana passada, na ilha de Maui, com alguns moradores não sabendo que sua cidade estava em risco até que viram as chamas por si mesmos. (Foto de Patrick T. Fallon / AFP) (Foto: Patrick T. Fallon / AFP)
Foto: Patrick T. Fallon / AFP Uma imagem aérea mostra Old Lahaina Center e Foodland Lahaina entre casas e empresas destruídas ao longo da Front Street, totalmente queimadas na histórica Lahaina, após incêndios florestais no oeste de Maui, em Lahaina, Havaí, em 10 de agosto de 2023. Autoridades em combate no Havaí que foram criticados pela falta de avisos quando um incêndio mortal que atingiu uma cidade insistiu em 16 de agosto que soar sirenes de emergência não teria salvado vidas. Pelo menos 110 pessoas morreram quando o inferno atingiu Lahaina na semana passada, na ilha de Maui, com alguns moradores não sabendo que sua cidade estava em risco até que viram as chamas por si mesmos. (Foto de Patrick T. Fallon / AFP)

O planeta está em ebulição. A temperatura global está aumentando e influenciando os fenômenos climáticos em todos os continentes. De acordo com a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), julho de 2023 foi o mês mais quente desde o período industrial e alertaram que 2024 deve ser pior.

Ainda que julho seja naturalmente um mês quente, a temperatura da Terra em julho de 2023 foi 0,72 °C acima da média global registrada entre os anos de 1991 e 2020. O dia 6 de julho de 2023 foi o mais quente já catalogado, com uma temperatura média global de 17,08 °C. Em condições normais, o planeta teria média global de 15 °C.

Um dos nomes para recordes do tipo é anomalia climática. Ela ocorre quando algum elemento de uma série climatológica (por exemplo, a temperatura média global) foge drasticamente do padrão — mesmo quando consideradas as variações normais.

Nos oceanos, também houve recorde de altas de temperaturas: a cerca de 10 metros abaixo da superfície, a água ficou, em média, 0,51 °C mais quente do que o recorde anterior.

Os dados são do Serviço de Monitoramento das Alterações Climáticas Copernicus, ligado à União Europeia (UE), obtidos tanto pelo monitoramento climático a partir de 1940, quanto por um índice histórico de mudanças climáticas construído por meio de anéis de árvores e bolhas de geleiras.

"Talvez só tenha algum julho comparável com julho de 2023 se a gente retroceder 125 mil anos", comenta o climatologista Alexandre Costa, professor na Universidade Estadual do Ceará (Uece).

As consequências são palpáveis: maior número de queimadas, chuvas torrenciais, maior frequência de ciclones, secas e inundações mais intensas, o aumento do nível do mar. A lista é longa. Tudo é resultado inequívoco da atividade humana na Terra.

Todos os países são afetados, mas o extremo climático de julho foi principalmente observado no sul da Europa, no sudoeste dos Estados Unidos, parte do Oriente Médio, no norte da África e em setores da Ásia. São inundações, deslizamentos de terra, ondas de calor e incêndios florestais.

No começo de agosto, ao menos seis mortes foram confirmadas em meio ao resgate de pessoas atingidas pelas enchentes e pelos deslizamentos de terra na Eslovênia, na Áustria e na Croácia. Na Eslovênia, as autoridades locais indicam que as inundações afetaram dois terços dos 2,1 milhões de habitantes.

Já Portugal e Espanha sofreram com o calor e com os incêndios florestais. Em Castelo Branco, próximo à fronteira com a Espanha, cerca de 7 mil hectares foram destruídos pelo fogo. Na Espanha, o fogo destruiu quase 600 hectares na região da Catalunha, perto da fronteira com a França.

 

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