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Hábitos que ajudam a manter a memória ativa
Ciência e Saúde

Hábitos que ajudam a manter a memória ativa

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Edite Ferreira, 64 anos, faz graduação em Direito e tem o hábito de ler
 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Edite Ferreira, 64 anos, faz graduação em Direito e tem o hábito de ler

O envelhecimento natural do cérebro pode ser acelerado também por maus hábitos de vida, segundo alerta o neurologista André Lima. Conforme o profissional, a hipertensão, o colesterol alto, o tabagismo e o álcool são fatores de risco para a perda da memória, uma vez que agilizam o desgaste das artérias. "O processo começa com a obstrução nas microartérias, ocasionando perda de sangue em regiões do cérebro, causando pequenas isquemias, e assim os neurônios ficam sem nutrientes e morrem", explica.

A psiquiatra Lorena Feijó destaca que o uso de medicações como "anticonvulsivantes, benzodiazepinicos, relaxantes musculares e anticolinérgicos" pode cursar uma piora do quadro de esquecimento. Ela destaca a importância de prestar atenção aos sinais indicativos do problema. "É (necessário) ficar atento aos pequenos eventos do dia a dia e, se possível, testá-los discretamente sobre os eventos recentes acontecidos na família, noticias assistidas no jornal, para entender se há realmente algum déficit de memória começando", orienta.

Julião Chaves segue quase a risca as orientações. Aos 60 anos, o cearense está no terceiro semestre do curso de Sistema e Mídias Digitais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e diz desafiar constantemente o cérebro ao resolver as questões impostas na área, como criar jogos digitais. Ele faz caminhadas e opta, sempre que possível, por fazer trajetos cotidianos a pé. "Enquanto eu tiver podendo fazer isso, eu acho que eu estou pelo menos retardando esses processos degenerativos."

Esses hábitos, segundo ele, têm o ajudado a diminuir episódios de esquecimento que já teve, como não lembrar de rotas ou conteúdos estudados. Edite Ferreira, 64, é outra que conta ter lapsos de memória, mas assim como Julião busca retardar o declínio cognitivo. Ela está no segundo semestre do curso de Direito da Universidade de Fortaleza (Unifor) e na semana reveza o aprendizado com sessões de hidroginástica.

"Quando a gente chega nessa idade não podemos parar, porque se a gente parar aparece tudo, aparece doença, dor aqui e acolá. [A memória] Melhorou bastante com os estudos, porque aí você vai lendo artigos e trabalhando mesmo a mente, tem que ativar bastante as leituras. Eu aconselho que muitas das pessoas que hoje estão paradas voltem a estudar", explica.

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