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Impacto da Covid- 19 no agravamento do déficit cognitivo
Ciência e Saúde

Impacto da Covid- 19 no agravamento do déficit cognitivo

FUTURO
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Os lapsos de memória relatados por Julião Chaves e Edite Ferreira começaram a se intensificar depois que eles tiveram Covid-19, segundo observaram. A relação entre o problema cognitivo e a doença já foi apontada e comprovada por meio de diversos estudos, como o coordenado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Universidade de São Paulo (USP), publicado em 2022.

"A Covid pode acelerar um processo demencial já em curso como também causar déficit cognitivo em até 50% a 70% dos casos. Alguns estudos demonstraram que o vírus, através de uma proteína específica da sua superfície, ataca as células neuronais causando um processo inflamatório e/ou destruição das células, principalmente na área do hipocampo, responsável pela nossa memória", explica a psiquiatra Lorena.

De acordo com a especialista, as infecções por Covid no futuro ainda são imprevisíveis, pois o vírus sofre mutações ao longo dos anos. "Mas provavelmente teremos, sim, que ficar atentos e prevenir ao máximo a contaminação para evitar essas sequelas neuropsiquiatras, principalmente nos idosos", pontua.

A profissional destaca, no entanto, que existem algumas causas de esquecimento que são reversíveis, como a depressão, o déficit de vitamina B12 e da hemoglobinúria paroxística noturna (HPN), doença rara. "Se tratadas (causas), a perda de memória pode ser revertida. No caso das demências, não há medicação para voltar o que foi 'perdido'. São doenças neurodegenerativas que progridem independente das medicações existentes", diz Lorena, coordenadora do Ambulatório de Psicogeriatria do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM).

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