Vamos começar pelo nosso item 1. O Sol é uma bola de gás hélio em constante movimento. Como uma cebola, a estrela tem diversas camadas com dinâmicas complexas ainda a ser compreendidas pelos astrônomos e astrofísicos. No entanto, é um fato de que ele passa pelos chamados Ciclos Solares.
Com duração média de 11 anos, os Ciclos Solares referem-se ao surgimento crescente ou decrescente de manchas solares. Ainda não sabemos exatamente o que causa e estimula as manchas, explica Roberta Duarte, astrofísica no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), mas é fato de que o aumento do número de manchas solares está relacionado a maior frequência de tempestades solares.
Basicamente, tempestades solares são erupções de partículas elétricas na atmosfera solar. Essas baforadas (os ventos solares) carregam partículas, radiação e matéria que atingem a Terra e os outros planetas do sistema.
Por mais assustadoras que elas pareçam no nosso imaginário habituado às ficções científicas, as tempestades solares acontecem o tempo todo. Na maioria das vezes, os ventos sequer ultrapassam a magnetosfera terrestre, um tipo de escudo em formato de donut que protege o planeta da incidência de partículas solares.
Por outro lado, há dois pontos mais "expostos" às partículas: os polos terrestres. É por causa disso que o polo sul e o polo norte têm a sorte de admirar as auroras.
Voltando ao apocalipse. Atualmente, vivemos o Ciclo Solar 25, crescente. Significa que o número de manchas solares está aumentando, o que implica mais tempestades solares. Entre 2024 e 2025, o Sol passará pelo pico desse ciclo, em uma dinâmica de ventos
solares maximizados.
"O Ciclo Solar 25 está um pouco mais intenso do que o previsto. A Nasa inclusive fez uma reprojeção do modelo do ciclo solar com as novas medidas desses últimos meses, corrigindo a projeção porque ela está um pouquinho maior do que era esperado, a data de pico também está um pouco alterada", comenta Claudia Medeiros, divulgadora científica no canal Mais que Raios! e controladora de satélites do Inpe. "Mas, ainda assim, esse ciclo não tá nada perto do que já foram outros ciclos que a gente
passou", reforça.