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Crianças também estão mais altas
Ciência e Saúde

Crianças também estão mais altas

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Um dos resultados do estudo da Fiocruz comprovou ainda que, entre 2011 e 2014, foi registrado aumento de 1 cm na trajetória de altura infantil das crianças brasileiras avaliadas. Indicador de desenvolvimento social, a altura tem sido sinônimo de boa notícia no País: menos desnutrição, melhores condições de vida, mais saneamento básico, um pouco mais de segurança alimentar. O POVO já havia mostrado, em 2014, que os cearenses estavam mais altos.

No Brasil, esse crescimento tem ligação direta com a diminuição, ao longo de anos, da desnutrição infantil, uma das chagas do País até a década de 1990, quando o cenário começou a evoluir de forma mais consistente. "Além de outras políticas, a alimentação escolar teve um impacto muito grande", observou a nutricionista Rochelle Riquet.

Andressa Freire, nutricionista doutoranda do Programa de Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), destaca que os achados do estudo mostram que, a nível individual, a criança tem acesso a melhores condições de vida e está crescendo de forma mais saudável, dentro dos parâmetros recomendados para sua idade. "E em termos coletivos, diz que a sociedade também tem melhores condições. E se formos comparar com a as décadas de 1950 e 1960, com todas as diferenças regionais, de fato são resultados muito positivos e que traduzem muitos esforços."

Um dos pesquisadores do estudo da Fiocruz, Gustavo Velasquez Melendez explica que algumas populações estão mais atrasadas neste incremento do crescimento. "A diferença de uma população que atingiu o potencial de crescimento da espécie humana: na Holanda, as pessoas são em média mais altas do que comparadas a pessoas de países como Honduras ou Guatemala. A diferença é de 19 cm aos 20 anos de idade."

Conforme ele, no centro-oeste europeu a média da altura das pessoas é de 1,80 metro, condição atingida ao longo de anos de investimento em saúde, tecnologia e uma dieta de qualidade. "Por isso a altura é um indicador de progresso social. As crianças às vezes não crescem muito, mas quando estão em um ambiente onde é abundante o alimento de baixa qualidade, é pior. O corpo humano, em condições hostis, para sobreviver, deixa de crescer para se manter vivo. Então não se desenvolve, não tem um desenvolvimento linear", explica.

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