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Mãe aos extremos
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Ciência e Saúde

Mãe aos extremos

Gravidez inesperada
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A paciente citada pela ginecologista Rebeca Maros é Emanuelle Pacheco Fernandes, 45, que em 2023 teve sua cabeça e sua casa agitadas por um fluxo menstrual irregular. Ao tirar férias, a analista de sistemas aproveitou para fazer os exames de rotina passados pela ginecologista mas, por causa do tempo, não conseguiu retornar para apresentar os resultados.

"Será que eu já estou entrando na menopausa?", ela se questionava. No retorno com a médica, explicou a situação e informou um incômodo nos seios.

"Ela disse que o meu endométrio estava fino, querendo dizer que eu já estava entrando na menopausa. Os exames continuavam muito parecidos com os do ano anterior, sem alteração. Quanto à menstruação, ela pediu para eu esperar mais um mês. E eu pensando: 'Oh, meu Deus. Eu queria um beta (hCG) e não tive coragem de pedir'", relata, rindo.

Dias depois, um enjoo enorme, até do tão apreciado café. E pensava: "Se isso não for gravidez, eu tenho que ir para um 'médico de menopausa'." Até que um exame de farmácia sinalizou: Emanuelle e o marido Sergio de Sousa da Silva, 56, estavam grávidos.

A reação do esposo, ela conta, foi de medo, tanto pela idade quanto pela continuidade da gestação. "Ele ficou meio que com vergonha, parecia que era algo proibido, porque era muito 'tarde'", diz.

O casal esperou para contar aos amigos e familiares, exceto para uma pessoa especial: a filha de 25 anos do casal.

Até então, Emilly Fernandes da Silva era a única filha dos dois. Segundo Emanuelle, suas experiências como mãe são "extremas". Emilly nasceu quando ela tinha 19 anos. O casal passou um tempo separado, Sergio teve outro relacionamento e outro filho, mas reatou anos depois.

E o sonho de aumentar a família, principalmente de ter um casal de filhos, nunca saiu da cabeça de Emanuelle, mesmo com a resistência do marido.

Durante toda a gestação, a analista de sistemas só teve, nos quatro primeiros meses, o chamado sangramento de implantação, mas foi o tempo todo acompanhada pela obstetra. O período foi de angústia. "Era aquela ansiedade de saber se eu ia passar para o próximo mês", relata.

As 39 semanas foram saudáveis, com índices glicêmicos na média, pressão regular e um ganho de peso de aproximadamente 13 quilos. Ao contrário da primeira, que Emanuelle pariu naturalmente, assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nesta segunda gravidez ela preferiu a cesariana.

Com uma diferença geracional entre os filhos, Emanuelle não perde o bom humor ao falar sobre o novo momento. "A gente acha que tem experiência, mas todo filho é diferente. Até a gestação agora é por semana. O que a gente dizia que era para fazer, hoje em dia não é mais para fazer", brinca.

E completa: "Quando você é muito nova, você tem muito receio, muito medo. Eu me lembro quando a Emilly nasceu que se ela suspirasse mais alto eu já estava ali em cima do berço achando que ela não estava respirando".

Sobre o que fará de diferente, ela acredita que terá mais paciência, mais tranquilidade no dia a dia, sem ansiedade, aproveitando as fases com mais atenção e menos pressão. Por outro lado, ela deseja repetir alguns pontos na criação da primeira filha.

"Eu criei ela assim, conversando. Eu dizia que quando fosse avó, ia dar tudo, porque não precisa de tanta regra. Só que a Emily é o que é hoje, ela é meu orgulho, ela trabalha, ela é dona da vida dela por causa das regras que foram impostas para ela."

Em 2024, Emanuelle comemora o seu primeiro Dia das Mães como mãe de dois, de um casal de filhos. Bernardo chegou há algumas semanas, no dia 25 de abril, cheio de saúde.

"Ser mãe é a melhor coisa do mundo. É uma mistura de preocupação com amor, com responsabilidade. Por eles, faço tudo que eu acho que devo fazer. Se tem uma coisa que eu posso fazer que não vai fazer mal, eu faço", relata.

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