Antonio Leonizio Ribeiro, 69, mais conhecido na Praia do Mucuripe, em Fortaleza, como 'Antonio Banqueiro', pesca desde a infância. Hoje, pela idade, ele não atua de forma muito física na atividade. "Faço algumas viagens alternadas devido ao esforço físico, mas sempre vou."
Parte do que ele pesca é destinado para subsistência, consumo próprio, e a outra parte é vendida. "A gente vende pra atravessador, pra machante, pra quem vem comprar um quilo (kg) de peixe. Esse é o dia a dia do pescador."
"Tem [tipos de] pescas que são prejudiciais [às predatórias], mas tem outras que não são prejudiciais e ajudam no cotidiano desses trabalhadores", continua Antonio. "É a natureza. Eu não entendo muito bem dela, mas convivo e sobrevivo com ela, sem agredi-lá."
José Milton das Chagas Pereira, 56, é de Camocim e se mudou para Fortaleza recentemente. Ele também exerce a atividade desde a infância. Isso é algo comum entre pescadores, muitos herdaram a profissão dos pais. "Meu pai pescava e tenho outros seis irmãos que também são pescadores, também trabalham no mar."
Há quase 40 anos no mar, ele afirma que já é perceptível a mudança da quantidade de peixes nas águas. "Agora tem muito pouco peixe, [em comparação] com 30, 20, dez anos atrás. O ser humano destroi a matéria que Deus deixou."
Raimundo Antonio Santos de Paula, 73, chegou ao Mucuripe em 1954. "Conheço essa praia como a palma da minha mão. Eu era dono de cinco jangadas, mas hoje só tenho uma. Com a idade, a gente vai descansando."
A jangada de Raimundo passa de três a quatro dias no mar e, quando volta para a areia, os pescados são distribuídos entre os pescadores que participaram da 'expedição'. Alguns fazem consumo próprio, outros vendem ou fazem os dois.