O sociólogo Diego Medeiros, especialista em Saúde Pública e apoiador de pesquisa para uma resposta rápida à sífilis nas redes de atenção, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, elenca a população em situação de rua como prioritária das ações contra a IST devido ao "acúmulo de vulnerabilidades que essa população abarca".
É preciso que se reconheça as singularidades de cada população para pensarmos ações efetivas que envolvam a própria população a ser assistida, diz. A interseccionalidade, para ele, "é a base da decisão das ações em saúde".
Segundo Helaine Milanez, da Febrasgo, a "normalização" de ISTs teria levado à baixa procura por métodos contraceptivos pelos mais jovens — o que pode ter provocado o aumento de casos nesse grupo. Nos idosos, o fator estaria ligado ao prolongamento da vida sexual e abandono do uso do método de barreira, visto que não há preocupação com gravidez.
Marcos Paiva, assessor técnico da área de IST/Aids que trabalha na Secretaria Municipal da Saúde da Capital há 18 anos, cita o comportamento e o componente social como fatores essenciais para o enfrentamento. Segundo ele, o tabu da sexualidade é acentuado por questões como violência urbana, racismo estrutural e homofobia.