Raenne Batista e Cymara Marinho são enfermeiras da rede municipal de Fortaleza e trabalham na realização de testes rápidos de ISTs. "Na unidade básica, a gente tem mais decorrência de casos de sífilis em gestantes. Principalmente as adolescentes e primeira gestação", disse Raenne.

Cymara afirmou que a maior parte das pacientes em busca de testagem são gestantes "sem muitas instruções, sem muitos recursos".

As mulheres são maioria dos casos de sífilis no Brasil. Somando sífilis adquirida com sífilis na gravidez, foram 181 mil diagnosticos em 2023. O sexo maculino somou 147 mil. Tanto a nível nacional quanto estadual, o número de casos de sífilis em gestantes aumentou e o de sífilis congênita apresentou leve queda no último ano.

Enquanto o número de casos de sífilis adquirida diminuiu em pessoas brancas nos últimos anos, entre pessoas pardas e pretas houve um crescimento. Nota-se uma diminuição nos casos nos quais a raça foi "ignorada" — o que pode ter causado uma mudança nos demais índices.

Em 2023, a maior parte dos casos de sífilis adquirida (37,9%) se deu entre a população de 20 a 29 anos. Depois, vem os com 30 a 39 anos (25,2%) e, logo em seguida, os com mais de 50 anos (16,9%). O POVO solicitou estas informações à Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), que não retornou até o fechamento desta reportagem.