Uma das alternativas de tratamento para fibromialgia que vem ganhando destaque no cenário clínico é a Ortopedia Integrativa, uma forma de tratar mais humanizada e menos invasiva. Combinando o uso da fisioterapia funcional, Reeducação Postural Global (RPG), pilates terapêutico e exercícios de baixo impacto, esses novos métodos favorecem no alívio dos sintomas.
Segundo Sérgio Costa, ortopedista especializado em dor crônica e reabilitação funcional, a ortopedia busca tratar o paciente de forma mais global, indo além dos tratamentos clássicos — medicação, fisioterapia e atividade física.
"Hoje já recomendamos terapias complementares, como o shiatsu e a acupuntura, ondas de choque, infiltrações ambulatoriais — tanto na musculatura quanto nos tendões — canabinoides e determinados tipos de antidepressivo", afirma.
Para ele, a importância está em individualizar o tratamento, na qual o paciente é único, com queixas e necessidades específicas, sempre associando atividade física.
"Nosso papel é entender isso e escolher a melhor abordagem para cada um. O movimento controlado é essencial no tratamento da fibromialgia. Ele promove a liberação de endorfinas, melhora a circulação e reduz a rigidez muscular, sem agravar os sintomas", afirma.
O ortopedista revela que um dos grandes desafios é desconstruir a ideia de que repouso absoluto é a melhor solução, na qual pode acentuar a dor e a fadiga.
"Esse repouso pode estimular a atrofia muscular, a rigidez articular, além da perda do controle motor e da capacidade funcional musculoesquelética, ou seja, perdendo as funções do corpo gradualmente. A chave está no fortalecimento mediante movimentos guiados e progressivos", alerta.
Para o médico Sérgio, o modelo integrativo de cuidado traz um olhar mais completo sobre a doença. "Nós, ortopedistas, precisamos trabalhar de forma coordenada com fisioterapeutas, educadores físicos e psicólogos. A fibromialgia não é só dor física — ela também impacta o emocional e a qualidade de vida como um todo. Quanto mais completa for a abordagem, melhores os resultados", ressalta.
Ele finaliza destacando os avanços no entendimento da doença e o papel ativo do paciente, afirmando que a informação é uma ferramenta terapêutica. "Quando o paciente entende sua condição e participa ativamente do tratamento, ele se sente mais confiante e engajado no processo de reabilitação. Essas novas abordagens vêm se mostrando eficazes também na melhora da mobilidade, do sono e do bem-estar geral", conclui