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O continente perdido sob as ondas
Ciência e Saúde

O continente perdido sob as ondas

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Tipo Notícia

A Elevação do Rio Grande é um laboratório natural repleto de marcas que contam, como uma testemunha ocular, um evento gigantesco: a separação do supercontinente Gondwana, que um dia uniu a América do Sul e a África.

O Rifte Cruzeiro do Sul, por exemplo, é uma profunda "rachadura" na crosta terrestre, com 10-30 km de largura e mais de 1 km de profundidade, cortando transversalmente a área central da ERG.

Outras falhas próximas a ele são como um diário de bordo dos movimentos das placas tectônicas, e nos ajudam a entender como a Elevação do Rio Grande se formou, mudou de lugar e como o Oceano Atlântico foi se abrindo ao longo do tempo.

Além disso, as camadas de sedimentos, como areia e lama que se acumulam no fundo do mar, e as rochas da Elevação do Rio Grande são como páginas de um diário. Elas contêm restos de seres vivos marinhos e informações sobre o clima e as condições do oceano em diferentes épocas. É como se os cientistas pudessem "ler" essas páginas para descobrir como era a vida e o ambiente marinho milhões de anos atrás.

Por exemplo, se os pesquisadores encontram camadas de areia grossa, pode indicar que havia correntes fortes ou que a área era mais rasa. Se encontram argilas finas, sugere que aquela porção de terra estava em contato com águas mais calmas e profundas.

As diferentes cores e composições também dão pistas sobre o clima da época, a quantidade de oxigênio na água e até mesmo a presença de vulcões próximos.

E nas páginas desse diário de bordo, os fósseis são como os personagens de grandes acontecimentos registrados. Na Elevação do Rio Grande, os cientistas encontram principalmente vestígios de criaturas marinhas minúsculas, mas incrivelmente importantes.

Há os foraminíferos, seres pequenos que flutuavam ou viviam no fundo do mar. Suas conchas revelam não só a temperatura da água, mas também a profundidade do oceano e até a composição química do ambiente onde nadavam.

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