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Sintomas e diagnóstico em várias fases da vida
Ciência e Saúde

Sintomas e diagnóstico em várias fases da vida

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O TDAH pode se apresentar de diferentes formas e épocas da vida, embora ocorram questionamentos sobre essa possibilidade. Esse é o caso de Estefane Ribeiro e João Alves, ambos de 20 anos, e Lívia Lima — nome fictício —, de 24 anos.

Alguns dos sintomas se manifestam na infância, outros na fase adulta. Com Lívia, por exemplo, quando criança o esquecimento e a distração eram características presentes no seu cotidiano.

Mas foi só aos 18 anos que Lívia recebeu o diagnóstico. Para ela, não ter tido o tratamento desde cedo afetou seu desempenho nos estudos ao longo da vida, mas, com o diagnóstico, as coisas começaram a ser diferentes.

Lívia começou a usar medicações e criar estratégias para fugir da distração, procrastinação e esquecimento. "São pequenas adaptações. Antes, eu começava a fazer algo e logo se tornava difícil para mim, o que me fazia deixar de lado", afirma.

O TDAH de Lívia foi acompanhado também por algumas comorbidades, como ansiedade, o mesmo presente na vida de João Alves, diagnosticado recentemente com TDAH. "Eu já esperava o diagnóstico, eu estava muito desatento e comecei a ficar muito esquecido. Quando fui ao médico, ele até disse que poderia não ser TDAH porque muita gente costuma apresentar os sintomas desde criança", detalha.

No caso de Estefane Ribeiro, a adaptação inicial com os remédios foi um pouco desafiadora. Mesmo apresentando falta de concentração, dispersão, esquecimento, procrastinação, impulsividade e hiperfocos desde criança, Estefane só foi atrás de um diagnóstico aos 20 anos.

"Entre os sintomas do TDAH, a hiperatividade foi o que menos se manifestou em mim, o meu maior problema era a dispersão. Isso acontece muito em mulheres, porque até a questão de gênero influencia nesse processo, a gente desde sempre é moldada a não apresentar essa hiperatividade física", reflete.

Estefane Ribeiro, de 20 anos, é trancista e diagnosticada com TDAH (Foto: Arquivo Pessoal )
Foto: Arquivo Pessoal Estefane Ribeiro, de 20 anos, é trancista e diagnosticada com TDAH

 

A impulsividade foi outro desafio, já que influenciava diretamente na sua fala, ações. Já um dos seus maiores hiperfocos foi o balé. "Quando algo assim acontecia, tudo em minha vida girava em torno disso", lembra.

Após o diagnóstico, Estefane começou a lidar melhor com essas questões, entendendo mais seu passado e sua forma de agir.(Rafael Santana/Especial para O POVO)

 

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