Apesar de um cenário alarmante, o combate contra o câncer de mama segue se fortalecendo. Novas pesquisas, estudos, políticas públicas e ações coletivas vêm surgindo a fim de promover a mensagem que o Outubro Rosa oferece.
Um dos exemplos é uma pesquisa brasileira, conduzida por cientistas do Hospital Sírio-Libanês, que descobriu a razão pela qual alguns tipos de câncer de mama não respondem a tratamentos-alvo.
O estudo identificou 90 variações da proteína HER2, um aumento expressivo em relação às 20 conhecidas até então. Segundo os pesquisadores, essa diversidade pode explicar a resistência de parte dos tumores a terapias específicas.
A descoberta é crucial no contexto de medicamentos de alto custo. Lá na frente, a pesquisa pode servir de base para a indústria farmacêutica desenvolver novos anticorpos ou terapias combinadas, adaptadas para combater as diferentes versões da HER2 e superar a resistência.
Outra novidade é que uma pílula experimental mostrou resultados promissores na redução do risco de progressão e morte em pacientes com câncer de mama metastático. As informações foram anunciadas durante uma reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizada em Chicago, nos Estados Unidos.
A nova medicação oral pode causar efeitos colaterais como diarreia e fadiga. No entanto, diversos estudos apresentados no congresso abordaram soluções complementares para mitigar esses efeitos, incluindo o uso de um suplemento feito a partir da folha da papaya, que ajudaria a prevenir a queda de plaquetas.
A oncologista Virgínia Moreira explica que a pesquisa tem avançado muito e uma série de novas drogas estão surgindo para diferentes cenários, que para o câncer de mama, se destacam três tipos principais de tumores: o luminal (que se alimenta de hormônio), o HER2 positivo (onde a proteína HER2 guia o tratamento) e o triplo negativo (que não possui receptores de hormônio nem HER2).
"O tratamento é personalizado de acordo com o subtipo. Para cada um deles, temos drogas extremamente modernas que buscam diminuir os efeitos colaterais e aumentar a taxa de resposta e a sobrevida, como a tecnologia de anticorpo droga-conjugado e a imunoterapia, que já é uma realidade. Infelizmente, a grande dificuldade ainda é o acesso, pois são tecnologias com um custo associado muito alto", finaliza.
A orientação é que o exame seja realizado conforme a necessidade, em acordo com o profissional de saúde. A paciente deve ser informada sobre as vantagens e desvantagens de realizar o rastreamento. Mulheres entre 40 e 49 anos enfrentavam desafios ao realizar o exame na rede pública de saúde devido à exigência de avaliação do histórico familiar ou à necessidade de apresentar sintomas prévios.
Outras medidas são voltadas ao início do atendimento móvel em 22 estados pelo "Agora Tem Especialistas" e da oferta de medicamentos mais modernos, incorporados e previstos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT).
Vão estar disponíveis os inibidores de ciclina para pacientes com câncer de mama avançado ou metastático, o trastuzumabe entansina, indicado nos casos em que ainda permanecem sinais da doença mesmo após a primeira fase de tratamento com quimioterapia, medicamentos para supressão ovariana medicamentosa, hormonioterapia parenteral, entre outros.