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Pele humana artificial
Ciência e Saúde

Pele humana artificial

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ÂNGELA Ferreira: parceria desenvolveu pele artificial a partir da pele de porco e colágeno  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação ÂNGELA Ferreira: parceria desenvolveu pele artificial a partir da pele de porco e colágeno

A pele artificial desenvolvida pela estudante Ângela Ferreira, 22, e por Joana D'Arc Félix de Sousa é considerada 100% compatível com a pele humana. A pesquisa utilizou pele de porco e colágeno retirado dos resíduos de couro e aparas do curtume para produzir um material que pode ajudar vítimas de queimaduras. O projeto recebeu sete prêmios no Brasil e nos Estados Unidos devido a sua relevância.

A ideia de desenvolver a pele artificial veio para Joana quando um funcionário da Escola Agrária teve mais de 90% do corpo queimado em um acidente com ácido. Durante a pesquisa, Ângela e Joana realizaram tratamentos na pele de porco, que é a mais compatível com a humana, com 78% de semelhança. Primeiro foram retirados pelo, gorduras e células próprias do epitélio suíno, e, depois, foi feito preenchimento com colágeno. Devido ao comprimento da pele de porco, entre 1,5 e 1,8 metros, a pele artificial pode ser utilizada em ferimentos em qualquer região do corpo.

Ângela já tinha interesse de produzir uma pesquisa semelhante, mas seu orientador, à época, pensava em fazer um material apenas de colágeno, o que teria um custo elevado. "Como eu já fazia o curso de curtimento com a Joana, vimos que seria talvez um caminho para fazer a pele", conta. A pele artificial produzida foi testada na Universidade de São Paulo (USP) e classificada como 100% compatível com a pele humana.

O valor de uma matriz de pele humana artificial medindo 1,5 metros ficou em R$ 84,52, um preço consideravelmente baixo. No processo, também foi possível extrair alguns produtos que são vendidos no mercado, como o colágeno, hidróxido de cromo sustentável e o sulfato de cromo III. O primeiro, vendido no mercado por R$ 53/kg, saiu por R$ 1,45/kg. Além da possibilidade de transplantes, o produto da pesquisa também pode ser utilizado em testes de produtos de pele e medicamentos, evitando experimentos em animais.

 

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