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O que Luzia diz de nós
Ciência e Saúde

O que Luzia diz de nós

Edição Impressa
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Luzia viveu de esquecimentos. Morreu de causa desconhecida, não houve sepultamento, ficou ao relento e foi tendo o corpo depositado em uma gruta. 

Foi relembrada 11,4 mil ano depois. Uma missão franco-brasileira escavou pedaço de terra nas Minas Gerais e a descobriu fossilizada. Seu crânio passou a figurar no acervo do Museu Nacional, mas sem que ninguém se debruçasse sobre sua história.

[SAIBAMAIS]  

Aguardou 24 anos até que que o bioantropólogo Walter Neves achasse nela talvez uma chave para uma teoria: e se Luzia explicasse que as Américas, desde o princípio, foi feita de muitas povos? Luzia ganhou nome e face. Impulsionou estudos, sua ideia rodou o mundo. Como muito do que é patrimônio no Brasil, a primeira brasileira, o esqueleto humano mais antigo do País, foi vendo os holofotes sobre si se apagarem, foi ficando no museu - primeiro exposta, depois guardada. Desapareceu - talvez pela última vez - lambida pelo fogo que estraçalhou memórias. Foi-se sem responder um sem-fim de coisas sobre si e sobre nós. Neste Ciência e Saúde recontamos sobre o que Luzia nos fala e sobre o que não houve tempo de revelar.

 

 

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