Talhas numéricas em osso e em pedra usadas para registrar números são consideradas as formas mais antigas de registrar números. O artefato matemático que era considerado o mais antigo é o Osso de Lebombo, com aproximadamente 40 mil anos e provavelmente produzido pelo Homo sapiens sapiens, que caracteriza o homem moderno.
Manoel de Campos Almeida, professor aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), pesquisa processos rudimentares de contagem mediante a técnica de entalhes datados em 70 mil a.C. De acordo com o professor, as evidências sugerem que o homem neandertal (Homo neanderthalensis) provavelmente não tinha conhecimentos de processos de contagens, ou seja, uma noção embrionária de número.
Depois de contatos mais sólidos com o Homo sapiens sapiens, em torno de 60 mil anos atrás, surgem evidências mais consistentes. "Contudo, somente com a principal corrente migratória fora da África do Homo sapiens sapiens, em torno de 40 mil anos, surgem testemunhos arqueológicos de que os neandertais provavelmente conheciam a técnica de entalhes", diz Almeida.
Achados de talhas numéricas do abrigo Apolo 11, situado perto do Rio Nuob, na Namíbia, permitem recuar essa idade em aproximadamente 30 mil anos. "Podemos intuir, com razoável grau de certeza, a existência de uma antiga tradição de emprego de talhas numéricas na África, ou seja, de processos de contagem mediante correspondências um a um, com uma idade mínima de 70 mil anos."