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Atenção redobrada a pacientes e profissionais
Ciência e Saúde

Atenção redobrada a pacientes e profissionais

|Apoio emocional | Equipe multidisciplinar foi reunida para acolher demandas de saúde mental no Hospital Leonardo da Vinci
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Existem grupos de pessoas que, pela proximidade com a doença, podem estar ainda mais expostos aos adoecimentos psicológicos que podem surgir diante da pandemia da covid-19. Pacientes, familiares de pessoas contaminadas e profissionais de saúde da linha de frente precisam de cuidados reforçados com a saúde mental. Aberto exclusivamente para receber pacientes acometidos pela doença, secretaria executiva de Vigilância e Regulação reuniu no Hospital Leonardo da Vinci, no Centro de Fortaleza, uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, assistentes sociais e médicos paliativistas, além de equipes voluntárias, para acolher e dar suporte psicológico a esses grupos.

Conforme a psicóloga clínica, especialista em psico-oncologia, e professora do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor) Renata Giaxa, a ideia é realizar conferências familiares para que a equipe seja o elo entre as famílias que estão fora e o hospital que está albergando os pacientes graves.

"Devido à peculiaridade da covid-19, de alto contágio, há necessidade de contenção da disseminação da doença. Os familiares têm de ficar afastados. Somada à distância do familiar doente, a pessoa tem de se isolar de toda rede de suporte afetivo dela. A intenção é fazer uma aproximação, ainda que usando a tecnologia, para oferecer um suporte e acolhimento nesse momento de dificuldade emocional, com orientações, com pessoas que possam ouvir, acolher, fazer um escuta", aponta.

Salientando ser um quadro complexo, a psicóloga indica que familiares podem apresentar medo da doença, medo da perda do familiar, inseguranças financeiras e sociais, dificuldade de elaboração do luto. No caso de possíveis óbitos, além do distanciamento do familiar, os parente não poderão, por risco de contaminação, proceder com velórios e ritos de passagem com a presença do corpo, o que, conforme Giaxa, pode aprofundar sofrimento e tornar mais lenta a elaboração das etapas de enlutamento.

Um estudo da publicação científica East Asian Arch Psychiatry indicou que 42% dos sobreviventes da Sars (2003) desenvolveram algum tipo de transtorno mental. O estresse pós-traumático foi a condição mais presente, 54,5%, seguida da depressão, 39%. Por isso, Giaxa projeta também um acompanhamento dos pacientes que entrarem em remissão da doença. Ela acredita que, após essa atenção inicial, essas pessoas devem ser inseridas em redes de atenção psicossocial.

Já os profissionais de saúde, a professora acredita que muitos tendem a desenvolver síndrome de Burnout, com exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. "A nossa ação vai ser prevenir esse Burnout, para que o profissional identifique sinais de risco, necessidade de mudança, que mostre necessidade de suporte. E a gente vai fazer busca ativa nesse sentido", indica. (Domitila Andrade)

 

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