Desacelerar os pensamentos e focar no momento presente. Estes são dois dos benefícios que a prática de meditação pode trazer e que podem contribuir para uma estabilidade emocional em tempo de preocupações com os desdobramentos da pandemia de coronavírus. É como explica o professor de yoga Val Ortins, do Estúdio Ganesha. Segundo ele, ao contrário do que normalmente é entendido, a meditação é necessariamente um esvaziar a mente, mas, sim, focar a atenção em uma única coisa.
Busca manter atenção na respiração, por exemplo, é uma das formas mais simples, aponta Ortins. “Na prática do yoga e da meditação, a gente foca na observação da respiração, porque a respiração acontece no momento presente. Você não respira no passado e nem vai respirar no futuro, você respira no agora. Cada inspiração e expiração vai trazendo a tranquilidade de estar focado no momento presente, desligando um pouco das tarefas que a gente tem pra fazer durante o dia e das diversas informações que a gente recebe”, explica.
Com a instabilidade do futuro, diante do que pode vir a acontecer com a pandemia, o professor aponta que a meditação ensina a mente a vivenciar o agora. “A meditação nunca foi tão essencial, porque a gente está, claramente, incerto do que vai acontecer. E a meditação tem essa busca de fazer com que a gente entenda, aceite e compreenda que não controlamos o futuro, e que o que gente pode fazer é tentar se acalmar no presente. Ao se acalmar você passa a ter atitudes muito mais ponderadas, se tranquiliza, para de entrar em pânico, começa a compreender que as coisas seguem um fluxo e que não é necessariamente o seu fluxo”, indica.
Para os iniciantes, Ortins recomenda iniciar a prática por cinco minutos, e ir aumentando gradualmente, sem amarras e nem tendo isso como mais uma obrigação do dia. Um local silencioso também é recomendado. Ortins explica ao acordar e logo antes de dormir são horários propícios para meditação. No isolamento, meditações guiadas no YouTube ou mesmo em perfis no Instagram podem auxiliar nesse início.