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Uma doença mais letal que a Guerra
Ciência e Saúde

Uma doença mais letal que a Guerra

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Tipo Notícia

Em 1918, uma pandemia incomumente letal do vírus influenza acometeu o mundo que estava em guerra: a gripe espanhola. Aqueles que ficavam doentes apresentavam febre, dor no corpo, coriza e tosse. Nos casos mais graves, os pacientes apresentavam importantes problemas respiratórios. Evitar aglomerações, não fazer visitas, manter higiene de nariz e garganta e cuidar especialmente dos idosos eram as medidas de prevenção. As estimativas de mortos em todo mundo durante a pandemia variam entre 20 e 40 milhões - o dobro do estimado para os quatro anos da Primeira Guerra Mundial.

Como conta o médico José Policarpo Araújo Barbosa no livro Origens e desenvolvimento das políticas públicas de saúde no estado do Ceará, no dia 13 de outubro de 1918 chegava a Fortaleza o navio Vapor Pará, trazendo a bordo doentes da gripe. A embarcação ficou atracada "bastante longe da costa", sendo proibida a ida de qualquer pessoa a bordo e o desembarque dos passageiros. Foram providenciadas medidas de vigilância e quarentena. Apesar dos esforços, a epidemia se desencadeou por toda a Cidade. Colégios foram fechados, cinemas pararam, procissões estavam suspensas e as 21 farmácias existentes funcionaram em regime de plantão.

Durante os três meses em que durou a epidemia, 15.959 casos foram oficialmente notificados; entretanto, a Diretoria de Saúde estimou 35 mil doentes no Ceará. A epidemia foi um marco na saúde pública do Estado. A partir das ações ambulatoriais de emergência surgiu o primeiro serviço público de atendimento individual, chamado de "Sala de Banco" e que funcionou em convênio com a Santa Casa de Misericórdia. Além disso, houve aumento de aportes para a Saúde e entrou em vigor um novo regulamento para a saúde pública.

 

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