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Projeto de estudantes vira lei em defesa da caatinga em Iguatu
Cotidiano

Projeto de estudantes vira lei em defesa da caatinga em Iguatu

Pelo texto, a Prefeitura de Iguatu deve priorizar árvores nativas da caatinga na arborização da Cidade para incentivar o conhecimento sobre o bioma. A iniciativa foi reconhecida em prêmio nacional
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A falta de informação sobre a caatinga nos livros didáticos e também no cotidiano incomodou os alunos da Escola Profissional Lucas Emanuel Lima Pinheiro, em Iguatu, no Centro-Sul do Estado. Preocupados com a possibilidade de extinção do único bioma exclusivamente brasileiro, os alunos elaboraram um projeto de lei visando à valorização da caatinga. O texto foi apresentado e aprovado na Câmara Municipal da Cidade e, hoje, tem garantia legal.

 

A iniciativa foi uma entre os três projetos cearenses reconhecidos nacionalmente na premiação Desafio Criativos da Escola no fim do ano passado, promovida pelo Instituto Alana, que incentiva ações de protagonismo em crianças e adolescentes. Eles concorreram com outros 1.014 projetos de todo o País.


A lei municipal 2.404/16, de Iguatu, dispõe sobre a obrigatoriedade de a Prefeitura fortalecer as políticas de valorização e preservação da caatinga. O texto, elaborado pelos alunos do projeto Cruzando os Sertões da Mata Branca, define três responsabilidades.


A primeira é garantir que seja disponibilizado material didático com informações sobre a caatinga para alunos a partir da 7ª série do Ensino Fundamental. A lei também garante que a Prefeitura priorize espécies do bioma na arborização da Cidade, além de fortalecer as informações sobre a mata branca no dia 28 de abril, considerado o Dia Nacional da Caatinga.


Conforme a professora Adriana Silva Oliveira, que orientou os estudantes, a lei foi elaborada a partir de dificuldades que os alunos encontraram na sala de aula. Eles perceberam que o material didático da escola não trazia muitas informações sobre o bioma e que existiam poucas espécies nativas da caatinga pela Cidade, inserida no bioma. “Eles foram protagonistas. Para mim, foi uma forma de mostrar para a escola e para a Cidade que as pequenas ações podem fazer diferença”, reparte.


Os alunos também criaram uma comissão para fiscalizar se a lei está sendo cumprida pelo Município. Eles visitam obras da Prefeitura para ver se as espécies da arborização são mesmo da caatinga e cobram providências. “A gente vai confeccionar placas explicando sobre cada planta, para dar maior visibilidade e para as pessoas saberem que agora existe essa lei”, adiciona o estudante Carlos Miguel da Silva, 16 anos, um dos participantes.

 

Incentivo

Outras duas escolas cearenses também foram reconhecidas por projetos inovadores pela premiação. Todas elas da rede pública de ensino. Na Escola de Ensino Médio Professor Milton Façanha Abreu, de Cascavel, os alunos desenvolveram projeto de preservação da cultura e da história local por meio da linguagem de cordel.

 

Já alunos da Escola de Ensino Médio Professor Milton Façanha Abreu, em Mulungu, realizaram o projeto Tenda Móvel, para aumentar a participação social no Município. Caracteriza-se por um espaço itinerante de diálogo e articulação comunitária, que promoveu audiências públicas. A ação repercutiu na melhor iluminação pública da comunidade de Bastiões.

 

Saiba mais


Todos os projetos premiados receberam R$ 2 mil para servir de investimento nas ações. Os professores orientadores receberam R$ 500.

 

O Desafio Criativos da Escola reconhece iniciativas de escolas e associações que visem a mudar a realidade da comunidade local. O prêmio valoriza o protagonismo juvenil, além de critérios como a empatia, a criatividade e o trabalho em equipe.

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