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Passarelas provisórias na BR-116 custam R$ 3,2 milhões por ano
Cotidiano

Passarelas provisórias na BR-116 custam R$ 3,2 milhões por ano

Os equipamentos provisórios estão ao longo da BR-116 desde 2013. Passados quatro anos, ainda não há previsão de quando serão construídas as estruturas permanentes. As já construídas têm estrutura precária
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Implantadas na BR-116 desde novembro de 2013, as passarelas que são provisórias permanecem na via sem data prevista para substituição. Neste tempo, a União gastou cerca de R$ 3,2 milhões a cada ano com o aluguel das estruturas. Mesmo com o pagamento do montante, que inclui serviços de manutenção, as passarelas apresentam problemas de segurança para a população.

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A BR-116 conta com sete passarelas provisórias no Ceará, com aluguel mensal de cerca de R$ 270 mil. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prevê a construção de 26 novos equipamentos permanentes ao longo das rodovias federais do Estado e restauração de três já existentes. O valor investido será de quase R$ 45 milhões. Cada nova passarela, assim, teria o custo médio de R$ 1,7 milhão. Desse jeito, em três anos de pagamento mensal de aluguel das provisórias teria sido possível a construção de cinco passarelas permanentes.

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As estruturas

O POVO visitou três das sete passarelas provisórias na BR-116 e constatou problemas na manutenção. Em uma delas, próximo ao quilômetro 5, não há rampa de acesso e as escadas são bastante íngremes e irregulares, prejudicando a acessibilidade. Feitas de madeira, as três estruturas balançam bastante com a passagem dos carros. As tábuas estão colocadas de forma irregular e madeiras na parte de baixo do guarda-corpo estão quebradas e desgastadas.

Para a dona de casa Rosymary Ferreira, 38, arriscar-se entre os carros traz mais confiança que realizar a travessia pela passarela. “Isso é um desrespeito. Quando você pisa, sente a tábua movendo e na diferença entre uma e outra, colocaram uns tapetes que escorregam quando chove, fora o risco de assaltos aí em cima”, conta. A equipe do O POVO flagrou diversas pessoas atravessando pela pista, assim como Rosymary.

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Também é o caso da empregada doméstica Maria Fernandes, 39, que afirma já ter percebido tábuas soltas e quebradas. “O problema é que não dá pra ver por causa do tapete. A gente só sente quando pisa. É um perigo”, afirma.


Além das passarelas provisórias, os equipamentos permanentes sofrem com desgastes. Na passarela do bairro Aerolândia, falhas no concreto permitem ver a pista. O guarda-corpo está enferrujado e grades de proteção, quebradas. Alguns reparos foram improvisados pela própria comunidade.


Em nota, o Dnit informou que um procedimento licitatório foi concluído em 18/10/2016 com a contratação do consórcio Vereda/Enecon para projetar e construir 26 passarelas e restaurar e melhorar três já existentes. Questionado sobre o início das obras, o departamento não deu previsão. “O início das obras está diretamente atrelado à aprovação dos projetos executivos. Os mesmos já se encontram em analise no setor de projeto” da superintendência do órgão no Ceará. O Dnit afirmou ainda que a manutenção das passarelas provisórias é de responsabilidade das empresas locadoras.

 

Números 

 

3,2 mi de reais é o valor anual pelo aluguel de sete estruturas provisórias

 

44,8 mi

de reais será o total investido na construção de 26 passarelas no Ceará

 

1,7 mi de reais é o preço médio de cada passarela permanente

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