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Apreensões da operação Dissimulare devem chegar a R$ 2 milhões
Cotidiano

Apreensões da operação Dissimulare devem chegar a R$ 2 milhões

Contagem de dinheiro apreendido somou R$ 1 milhão, além de 4.590 euros e mil pesos em espécie. Também foram apreendidos mil cheques preenchidos e 500 em branco. Presos serão ouvidos nesta semana
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Mais de 50 veículos apreendidos, mil cheques preenchidos e outros 500 em branco, cerca de 300 joias e 20 relógios de luxo. Os números da operação Dissimulare, que desmanchou esquema de fraude fiscal no segmento têxtil, só aumentam. Depois de contar o dinheiro apreendido na casa de um dos 14 presos na última sexta-feira, 1º, a Polícia Civil chegou ao montante de R$ 1 milhão, além de 4.590 euros e mil pesos. A prospecção feita pela Polícia é de que o total de recursos apreendidos chegue a R$ 2 milhões.


Os envolvidos, até a tarde de ontem, continuavam presos. Todos deverão ser ouvidos ainda nesta semana e novas informações podem surgir. “Teremos esclarecimentos em relação à participação de cada um. Buscamos responsabilizar primeiro os operadores para depois ir atrás dos laranjas. Tem mais de cem laranjas para serem ouvidos”, afirmou o titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas (DCCAFP), Márcio Gutierrez.

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O mote das investigações, agora, será o rastreamento do dinheiro apreendido com os integrantes da organização criminosa. Para saber de onde vinha e para onde ia a mercadoria que passava pelas fronteiras sem pagar os impostos devidos. “Sabemos que algumas empresas que forneciam os tecidos são de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. Queremos saber quais delas tinham envolvimento com a fraude”, destacou.


As investigações incidirão também nos empresários que conseguiam manter a atividade recebendo um produto adquirido por uma das 46 já identificadas empresas de fachada. “Esse grupo não se limitava a adquirir o material, mas também vendia e comprava notas fiscais para dar um ar de legalidade a diversas transações ilegais, como sonegação fiscal e receptação de carga roubada”, detalhou.


Apreensões


Dos mais de 50 veículos apreendidos na operação, 21 estavam ontem na sede do Complexo de Delegacias Especializadas (Code), onde aconteceu entrevista coletiva. O restante dos carros, conforme a Polícia, está “em sequestro”, situação caracterizada quando há indisponibilidade junto ao Departamento de Trânsito do Ceará (Detran).


A Polícia não soube precisar ainda o total de imóveis. Um deles, no valor de R$ 4 milhões, já está sob posse da Justiça. A soma dos valores dos locais — entre casas, galpões e sedes empresariais — ultrapassa os R$ 50 milhões. As mercadorias apreendidas em um galpão na rua Liberato Barroso, no Centro, que ainda estão sendo transportadas pela Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz), valem mais de R$ 100 milhões.


Dinheiro revertido


“É um grande volume que certamente servirá para o ressarcimento aos cofres públicos”, ressaltou, na entrevista, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa. Conforme ele, parte das finanças deverá ser direcionada para o combate ao crime organizado. Ele destacou ainda o trabalho feito no laboratório de lavagem de dinheiro da SSPDS. “O objetivo é que ele consiga agir nos crimes de lavagem de dinheiro no tráfico de drogas. Nesse caso, o processo acaba sendo mais célere”, afirmou.


De acordo com o delegado Márcio Gutierrez, os carros apreendidos deverão ser leiloados dentro de poucos meses.

 

Para entender


Em 2015, O POVO já havia revelado o esquema de sonegação fiscal no setor têxtil.


No dia 1º de setembro, a Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda (Sefaz) deflagraram a operação Dissimulare. Quatorze pessoas foram presas e 37 mandados de busca e apreensão cumpridos.

 

No sábado, 2, a Sefaz começou a remover os milhares de rolos de tecidos de um galpão no Centro.

 

Saiba mais


Durante a coletiva de imprensa sobre a operação, na última sexta-feira, 2, 13 prisões foram anunciadas.

Conforme O POVO apurou, a 14ª, noticiada na edição de sábado, aconteceu depois.


Três pessoas ainda estão foragidas: o líder da organização e dois contadores — um dos quais administrava empresas que sonegaram mais de R$ 55 milhões.

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