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Doenças crônicas matam 51,1% mais do que há 20 anos no Ceará
Cotidiano

Doenças crônicas matam 51,1% mais do que há 20 anos no Ceará

Entre 1997 e 2016, as doenças crônicas não transmissíveis mataram mais do que causas externas e doenças infecciosas, no Ceará, seguindo tendência mundial e nacional de mortalidade
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Diabetes, cânceres, doenças cardíacas e respiratórias crônicas foram causas de 26.684 mortes em 2016, no Ceará. O número é 51,1% maior do que em 1997. O levantamento foi divulgado em boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) que engloba as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).


Essas patologias representaram a causa de 49,4% de todos óbitos no Estado, em 2016, ocorrência maior até do que mortes por violência urbana e acidentes. Vinte anos antes, eram 32,7% do total. Dentre os aumentos específicos, são os principais doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), com elevação de 63,6% no período; seguida de diabetes mellitus, com 17,2%; e neoplasias (cânceres) com aumento de 14,6%.


Depois das doenças cardiovasculares, que motivaram 53,2% das mortes no ano passado, estão as neoplasias, com 30,8%. Entre os tipos mais recorrentes na população cearense estão os cânceres de próstata, mama, brônquios e pulmões, estômago e esôfago.


Mudanças de comportamento individuais são a principal causa do aumento, segundo Daniele Queiroz, coordenadora de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa. “A prevenção dessas doenças depende muito do estilo de vida. Vemos, nesses últimos 20 anos, mudança no perfil epidemiológico. São importantes transformações na demografia, em dimensões às quais o poder público não tem tanta influência”, salienta. No período, a tendência mundial e nacional foi replicada ao Estado: houve declínio das doenças infecciosas, aumento das fatores externos (como violências e acidentes) e predomínio das DCNT.


Ainda de acordo com a especialista, o tabagismo é o principal desencadeador de doenças do trato respiratório, como a DPOC, asma e rinite alérgica. Assim como maus hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade seriam motivadores de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, angina e acidente vascular cerebral (AVC).


Fortaleza


Apenas na Capital, no ano passado, foram pelo menos 6.838 mortes por DCNT, sendo 3.218 delas por doenças cardiovasculares e 2.653 por câncer, além de 677 por doenças do aparelho respiratório e 290 por diabetes.


Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Município, entre 2006 a 2015, mesmo com redução do sedentarismo, de 31,4% para 17,2% no intervalo, ocorreu aumento de 31,8% na prevalência do excesso de peso da população. Já o tabagismo caiu de 16,3% para 6,4% da população, no mesmo período.

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