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Operação Tarja Preta desmonta esquema em cadeias e prende 14
Cotidiano

Operação Tarja Preta desmonta esquema em cadeias e prende 14

Esquema funcionava na cadeia pública de Maracanaú e em presídio de Itaitinga. Grupo praticava estelionato, execuções e comércio de remédios
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Intitulada Operação Tarja Preta - Parte Final, ação da Polícia Civil e Polícia Militar deflagrada ontem resultou na prisão de 14 pessoas e cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão. O grupo seria responsável por crimes de estelionato, comércio de remédios controlados em presídios da Região Metropolitana de Fortaleza e execuções relacionadas ao tráfico de drogas. As informações foram divulgadas ontem, em entrevista coletiva, pelo delegado Vicente de Alencar.


A operação é resultado de uma investigação que começou em março deste ano acerca de detentos da Cadeia Pública de Maracanaú que cometiam estelionato usando ligações telefônicas. As vítimas, de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, eram contatadas com a informação de um suposto prêmio.


Depois disso, com a continuação das investigações, por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, foi descoberto que traficantes articulavam, de dentro da unidade, a quem entorpecentes seriam entregues. Cuidavam ainda da contabilidade do comércio ilegal e definiam quem deveria morrer.


Também foi descoberto um esquema de entrada de remédios tarja preta com a conivência de um servidor da cadeia pública. Francisco Eliano Ferreira da Silva já tinha sido detido em junho, em posse dos remédios mas, em seguida, foi solto com medidas cautelares. Ontem, foi novamente preso, mas a partir de mandado por crime de corrupção.


Na ação de ontem, os policiais prenderam ainda Rafael Pereira da Silva, o Rafael Jacaré, de 26 anos, apontado como um dos articuladores do esquema. “Ele era um dos executores dessa ação criminosa, que era organizada na cadeia pública (de Maracanaú) e nos presídios de Itaitinga. Outros quatro suspeitos já estavam presos”, relatou Alencar.


Rafael possuía três mandados de prisão e responde na Justiça por cinco homicídios, quatro roubos, estelionato e três crimes de tráfico de drogas. Ainda é apontado como responsável por um ataque à Delegacia da Pacatuba, em outubro. Conforme o delegado, por três vezes a Polícia realizou campanas e fez investidas para prendê-lo, mas não tinha conseguido. Desta vez, ele não conseguiu fugir.


Outro preso foi Hallen César. Ele foi detido por tráfico de drogas e, com ele, foram encontrados pássaros silvestres. O restante das pessoas presas não teve a identidade revelada, pois o inquérito está em segredo de Justiça,


Segundo o delegado Vicente, dos 18 alvos, quatro não foram encontrados, mas nas respectivas residências foram cumpridos os mandados de busca e apreensão. “Fizemos apreensões de drogas, dinheiro, cartões bancários, comprovantes de depósitos, para ilustrar e materializar o crime de estelionato”.


O delegado não descartou o envolvimento de mais pessoas no esquema e disse que as investigações devem continuar.

 

Saiba mais


Wi-fi


Na primeira fase da operação foram apreendidos mais de 40 celulares na Cadeia Pública de Maracanaú e encontrados aparelhos de wi-fi dentro da unidade prisional.

 

Detentos


O delegado Vicente de Alencar disse que quatro dos alvos de mandados de prisão são contra pessoas que já estão presas e que detentos de unidades prisionais de Itaitinga também são envolvidos no esquema. Outras quatro pessoas presas são mulheres que eram envolvidas na organização criminosa.

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