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Os ultraprocessados e a cultura alimentar
Cotidiano

Os ultraprocessados e a cultura alimentar

Edição Impressa
Tipo Notícia

O fotógrafo norte-americano Gregg Seggal realizou um projeto para chamar a atenção em relação a obesidade infantil e a importância de estimular o consumo de alimentos saudáveis na infância. No projeto Daily Bread (Pão Diário)- , que deve virar um livro este ano, ele registra as peculiaridades de diferentes culturas e como a alimentação ocidental afetou a dieta das crianças globalmente, principalmente as junk foods.

Ele passou pela África, Ásia, Europa e América do Sul, incluindo o Brasil, para fazer os registros de crianças e seus hábitos de consumo alimentares. Para o projeto, Seggal escolheu crianças com diferentes perfis. Elas tinham que registrar a alimentação durante uma semana. Depois eram fotografadas ao lado dos alimentos na quantidade ingerida no período.

A inspiração para o projeto veio de um estudo de 2015 da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que revelou que entre os 10 países com dietas mais sadias, nove são da África. Nesses locais, as classes menos favorecidas têm mais acesso aos produtos frescos.

"O que existe a nível global é justamente um pouco dessa perda de identidade da cultura alimentar. A gente vê um aumento de consumo de alimentos ultraprocessados não só entre adultos", explica Andressa Freire Salviano, professora de nutrição da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e especialista em pediatria.

Além do enfraquecimento da cultura alimentar, esse fenômeno gera, segundo a especialista, o aumento da obesidade. "Nossa cultura (brasileira) é muito rica e tem alimentos que contam muito da história do local. É preciso o resgate dessa cultura. Já existem estudos e programas para resgatar essa cultura para fortalecer a identidade".

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