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Probabilidade de El Niño fraco melhora panorama para chuvas no Ceará
Cotidiano

Probabilidade de El Niño fraco melhora panorama para chuvas no Ceará

| Meteorologia | Porém, mesmo que a previsão se confirme, fenômeno pode impactar sobre reta final da quadra chuva
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A barragem Tijuquinha sangrou no dia 19 de fevereiro (Foto: Fabio Lima/O POVO) (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA A barragem Tijuquinha sangrou no dia 19 de fevereiro (Foto: Fabio Lima/O POVO)

O El Niño, fenômeno oceânico-atmosférico que tem influência sobre chuvas no Norte e Nordeste do Brasil, apresenta maior probabilidade de ser do tipo fraco. Ou seja, deverá ter impacto reduzido na incidência de precipitações, o que gera esperança de boa quadra chuvosa no Estado. A leitura é do meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz.

De acordo com ele, o El Niño está demorando a se caracterizar como um fenômeno típico. Isso porque, além do característico aumento da temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico - que influencia na redução da formação de nuvens de chuvas sobre o Ceará -, o fenômeno também deve apresentar respostas na atmosfera, as quais só começaram a ser observadas nos últimos dias.

"O aquecimento nas águas superficiais do Oceano Pacífico ainda não estava exercendo respostas sobre a atmosfera, que agora já começaram a ser sentidas. Só se vinha observando, desde o final do ano passado, o aquecimento na área do oceano, mas ainda não tinha havido essa resposta na atmosfera, para tipificar bem o fenômeno", explica.

Entre as respostas, Raul cita a alteração na circulação da atmosfera. "Formam-se células de circulação de ar úmido. Isso provoca uma descendência de ar sobre o Nordeste. Essa alteração na circulação atmosférica, que o El Niño provoca, dificulta a formação de nuvens de chuva aqui sobre a gente. Quanto mais intenso o fenômeno, mais forte é essa influência. Como a previsão, por enquanto, é de que ele tenha mais probabilidade de ser um fenômeno fraco, essa interferência deverá ser um pouco menor", observa.

Não está descartada, entretanto, a possibilidade de o El Niño ser do tipo moderado. Já a probabilidade de ser de intensidade forte é "muito pequena", conforme o meteorologista. De todo modo, ainda que fraco, o fenômeno tem interferência sobre as chuvas no Ceará, principalmente no final da quadra chuvosa.

"A partir de meados de março, mas, principalmente, se crê (que) entre abril e maio possa haver um impacto mais sensível do El Niño", frisa, avisando que um novo prognóstico para o trimestre março-abril-maio será divulgado ainda este mês.

Outro fator que pode beneficiar a ocorrência de chuvas no Ceará são as condições do Oceano Atlântico, que, atualmente, têm sido favoráveis. "Elas têm ajudado as chuvas, com águas mais aquecidas perto da nossa costa. Não só do Ceará, mas do Norte e do Nordeste. Isso porque a Zona de Convergência Intertropical se forma e se desenvolve nessas áreas de águas mais aquecidas do Oceano Atlântico", explica o meteorologista da Funceme.

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