No ano de 2019, houve 6.587 casos de picadas de escorpiões em pessoas no Ceará, uma média de quase 550 casos por mês. A frequência dessas situações normalmente aumenta durante o período chuvoso do Estado, pois, especialmente nas cidades, o alagamento dos esgotos faz com que as baratas, fonte de alimento dos escorpiões, apareçam com mais frequência nas residências, algo que atrai seus predadores.
Porém, tendo em vista o contexto da pandemia do novo coronavírus pelo mundo, que já contaminou 125 pessoas no Estado, o Instituto José Frota (IJF) recomenda que haja atendimento dos casos de picadas de escorpiões por telefone, visando diminuir a demanda no hospital e, dessa forma, evitar ao máximo aglomerações.
Segundo a nefrologista e coordenadora do centro de informação toxicológica do IJF, Polianna Lemos, 95% das picadas deste animal no Ceará possuem baixa toxicidade e causam apenas forte dor no local do ferimento. As exceções normalmente são crianças e idosos, que podem ter complicações mais sérias em decorrência disso.
Dessa maneira, a dor pode ser amenizada com medicamentos específicos, que devem ser indicados por médicos nas centrais de atendimento. O contato com o IJF pode ser feito através de três números: (85) 3255-5050/5012 e 98439-7494 (Whatsapp), que tratam de intoxicações e atendem todo o Ceará. A recomendação é, se possível o envio da foto do animal para o número do Whatsapp, para haver a identificação do nível de toxicidade do escorpião. Além disso, o paciente deve descrever com detalhes a situação, para ajudar no diagnóstico.
Os casos que necessitarem de atendimento presencial, com o uso de soro antiescorpiônico, por exemplo, serão encaminhados às unidades de saúde mais próximas da localização do paciente. Existem postos de saúde em todo o Estado equipados para atender pessoas nessa situação.
O IJF ressalta que não é referência no tratamento do coronavírus, pois existem outras unidades de saúde mapeadas para cumprir essa função no Ceará até o momento. Apesar disso, o instituto diz estar tomando as devidas precauções para reduzir a disseminação do vírus.