Lançado em maio de 2014, o Plano de Arborização de Fortaleza nasceu com o objetivo de incentivar o plantio na Capital de maneira sistematizada.
Além do zelo pela organização da cidade, o projeto já nasceu com uma meta: chegar a 2020 com 15 metros quadrados de área verde por habitante, valor estabelecido como ideal pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o valor mínimo, para que se tenha uma cidade saudável, de área verde por habitante é de 12 m², sendo o de 36 m² o número ideal, um cenário em que cada cidade teria pelo menos três árvores por morador.
Segundo o último levantamento da Secretaria Municipal do Urbanismo e do Meio Ambiente (Seuma), feito em 2019, Fortaleza atingiu 18,37 m²/hab de área verde, ultrapassando a meta estipulada antes do fim do prazo estabelecido no início do plano.
Ao todo, foram 231.381 mudas doadas e plantadas pela Prefeitura de Fortaleza entre os anos de 2013 e 2020. Em junho de 2016, data em que foram divulgados os primeiros dados do plano de arborização, o projeto já havia conseguido implementar 57 mil novas árvores na Capital.
Já entre a segunda metade de 2016 e o ano de 2020 foram mais de 174 mil novas árvores plantadas na cidade. O que, segundo os dados da Seuma, gera uma média que supera mais de cem novas árvores plantadas por dia, durante os últimos anos.
Em 2005, a cobertura vegetal de Fortaleza era muito abaixo do que as indicadas pela OMS ou SBAU, com apenas 4m² de área verde/hab. Dez anos depois, no início do projeto de arborização, esse número dobrou, atingindo 8m² de área verde/hab.
Para o presidente da SBAU, Sérgio Chaves, os investimentos em políticas ambientais se fazem necessários para o desenvolvimento urbano saudável.
"É muito importante a questão do investimento no verde urbano das cidades, a SBAU recomenda que os municípios pensem em arborização. Temos todas as questões positivas como a amenização do clima, além da questão do oxigênio e das sombras".
Chaves relata que, diante do cenário apresentado em 2005, o atual cenário, com base nos dados apresentados pela Seuma, mostra avanços na área.
"Ele é um bom número em relação ao que já vimos, mostra que houve um investimento. Sair de 4 para 18, como foi apresentado, mostra que estão no caminho certo, o número mais do que triplicou", ressalta.
Entretanto, os dados apresentados são contestados pelo vereador e biólogo Gabriel Aguiar (Psol). Segundo o parlamentar, os números não condizem com a realidade.
"Quando afirma-se que foi aumentado de 4 para 18m² de área verde/hab, passa a falsa impressão de que Fortaleza está plantando árvores e aumentando a sua cobertura vegetal. É muito importante esclarecer essa situação. Gostaria de destacar que a cobertura vegetal de Fortaleza está em queda livre".
Segundo Aguiar, os números referentes a área verde original da Capital estão em queda desde a década de 60, o que tornaria inviável esse aumento de área verde por habitante.
"Em 1968, nós tínhamos 66% de cobertura vegetal original. Em 1990, caiu para 17%. Em 2002, nós tínhamos apenas 7% de cobertura vegetal original e no último dado de 2015, nós temos 2,9%", destaca.
O parlamentar afirma que os dados apresentados pela Prefeitura incluíram áreas nas quais já existia vegetação, mas que não apareciam nos mapas anteriores, como o Parque do Cocó.
A Seuma informa que todos os dados são do Sistema de Informações Territoriais de Fortaleza (SITFOR). Luciana Lobo, titular da Seuma, conta que o aumento da área verde é um compromisso da atual gestão.
"O aumento da área verde da capital é um compromisso da Prefeitura de Fortaleza na promoção da qualidade de vida da população. Esse crescimento arbóreo na cidade é de suma importância, pois favorece o microclima urbano da capital", destaca.