Logo O POVO+
Colombianos teriam furtado joalheria no Ceará
Cotidiano

Colombianos teriam furtado joalheria no Ceará

Um dos suspeitos, o colombiano Andrés Manuel López, já foi recambiado pela Polícia Civil do Ceará
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Foragidos do assalto à joalheria Tânia Joias. Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez e Libardo Antônio Gonzalez Diaz (da esquerda para a direita). (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Foragidos do assalto à joalheria Tânia Joias. Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez e Libardo Antônio Gonzalez Diaz (da esquerda para a direita).

Suspeitos do furto à joalheria Tânia Joias, em Fortaleza, são estrangeiros, todos da Colômbia, especializados em crimes internacionais. Um deles, Andrés Manuel López Pataquiva, 37 anos, é apontado como integrante de um grupo criminoso atuante em diversos países e já passou quatro anos preso na Tailândia pelo crime de furto qualificado. Outros dois homens, também da nacionalidade internacional, estão foragidos e, conforme a Polícia, provavelmente estão se escondendo nos Estados Unidos. A ação criminosa na capital cearense ocorreu no dia 25 de junho deste ano. 

De acordo com o delegado Rommel Kerth, titular da Delegacia de Roubos e Furtos do Ceará, Andrés Pataquiva passou quatro anos preso na Tailândia por ter cometido um furto qualificado. No Brasil, o estrangeiro foi condenado, recentemente, pela Justiça de São Paulo por roubo ao shopping Praia Grande.

Andrés foi preso no último dia 26 junto com sua esposa, a também colombiana Cláudia Patricia Barona Pajar, 48 anos, e recambiado ao Ceará. A prisão ocorreu em Luque — cidade vizinha de Assunção, capital do Paraguai — onde o suspeito já se preparava para fugir para outro país.

As investigações apontam que Andrés Pataquiva teria cometido o crime no Ceará com pelo menos três indivíduos. Dois deles identificados. São Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez, o Paco, e Libardo Antônio Gonzalez Diaz.

Paco, de acordo com a polícia, foi condenado a 20 anos de prisão no México. "Há seis meses, o Paco estava preso no Piauí por furto à joalheria. Com nome falso. Descobrimos e evitamos que fosse solto", afirmou Kerth durante uma coletiva.

Equipes da Delegacia de Roubos e Furtos da PC-CE viajaram até Foz do Iguaçu, no Paraná, onde receberam o preso, que estava custodiado com a Polícia Federal, e o trouxeram para Fortaleza. Detalhes do trabalho policial foram divulgados em coletiva de imprensa, na sede da Superintendência da Polícia Civil, no Centro de Fortaleza, na manhã dessa segunda-feira, 4.

Para o compartilhamento de informações para a prisão dos suspeitos, a Polícia Civil teve apoio da Polícia Federal e da Interpol  (do inglês International Criminal Police Organization), que colocaram o alerta vermelho sobre os alvos. Já o Comando Tripartite — que pode ser conceituado como mecanismo formal de cooperação policial internacional local, existente na região da Tríplice Fronteira, que congrega instituições policiais e de inteligência de Argentina, Brasil e Paraguai — colaborou para a localização deles.

Segundo Rommel Kerth, para furtar a loja Tânia Joias em Fortaleza, os criminosos ficaram hospedados numa pousada próxima ao estádio Castelão por cerca de 15 dias.

De acordo com o delegado, o crime praticado pelos colombianos não tem nenhuma relação com o assalto que terminou com a morte da vendedora Caroline Alves da Rocha na mesma loja, no shopping Iguatemi, em agosto deste ano.

O furto à joalheria aconteceu poucos minutos após as 22 horas do dia 25 de junho. Conforme o proprietário da Tânia Jóias, foram levados cerca de R$ 4 milhões em relógios e jóias especiais mantidas na loja.

O prejuízo só foi percebido na manhã seguinte, no dia 26 de junho. Quando a gerente da loja vizinha chegou para iniciar o expediente, percebeu o local revirado e acionou a segurança. 

No dia 20 de agosto, um latrocínio também foi registrado na loja do shopping Iguatemi. A funcionária Carol Rocha foi baleada durante a ação, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

Outros suspeitos

As investigações indicam que o homem cometeu o crime em conjunto com outros três indivíduos, dois deles já identificados. Tratam-se de Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez e Libardo Antônio Gonzalez Diaz. A Polícia informou que os suspeitos integram um grupo criminoso que age em diversos países cometendo o mesmo tipo de crime: furtos milionários em grandes lojas. Para isso, eles contam com o apoio da tecnologia.  Toda a ação durou cerca de 40 minutos. 

Ainda de acordo com a Polícia, os criminosos conseguiram entrar no local por meio da loja vizinha, clonando o sensor de alarme, cortando a parede e desativando todos os sinais, inclusive de alarme e celular, com ajuda de um aparelho chamado de jammer.  O equipamento nunca tinham sido usado para roubos a lojas no Ceará, somente para assaltos a cargas. Um deles estava vestido com roupa semelhante à farda da loja vizinha, para não chamar a atenção.

Os criminosos ficaram hospedados numa pousada próxima ao Castelão por cerca de 15 dias antes do roubo. Segundo a Polícia, o crime praticado pelos estrangeiros teria incentivado, apesar de não ter relação, outra quadrilha a fazer o roubo que matou a vendedora na mesma loja. Ainda de acordo com as investigações, a outra quadrilha disse que viu ser possível realizar o crime após ver concretizado a ação dos colombianos.

As investigações do crime continuam, segundo informa o delegado Rommel Kerth, titular da Delegacia de Roubos e Furtos, para prender os outros dois suspeitos. Um dos homens que participou do crime havia sido preso na Bahia com o irmão em 2018, além da mulher de Paraquiva, e uma pessoa identificada como Francisco Ortiz Gonzalez, o Paco, que é irmão de Jefferson.

Contra Paco, há uma condenação no México com mais de 20 anos de prisão. "Há seis meses, o Paco estava preso no Piauí por furto à joalheria, mas com o nome falso. Nós descobrimos que ele estava no Estado com o nome falso e, por ser estrangeiro, apresentaram documentos falsos, e evitamos que seja solto com essa identificação", afirma. 


O que você achou desse conteúdo?