Concluindo o seu trajeto por mais de 50 cidades no estado do Ceará neste sábado, 21, os dois ônibus da Caravana UFC 70 anos chegaram ao estacionamento da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública, localizado no Poço da Draga, para o ato de encerramento.
O projeto, realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com o Grupo de Comunicação O POVO, com Fundação Demócrito Rocha e com a Companhia de Comunicação e Informação, atravessou o estado em duas rotas simultâneas, ao longo de quase dois meses de viagem.
“A Caravana consegue levar a UFC para além dos muros. Então a ideia é de reportar essa importância da universidade nessa conexão com a sociedade”, explica o gerente de Projetos Especiais do O POVO, Cliff Villar. “Fizemos um trabalho gigantesco, com mais de 200 entrevistas, mais de 3 mil quilômetros rodados e quase 60 cidades visitadas”.
A travessia pelos municípios cearenses começou no domingo, 11 de agosto, e se dividiu entre a “Trupe Atlântica” e a “Trupe Sertão”. No primeiro grupo, o ônibus percorreu o litoral leste, com parada no município de Aquiraz e a última em Russas, além de seguir rumo ao litoral oeste.
Já o segundo veículo iniciou a viagem na cidade de Quixadá e transitou pelo Sertão Central, com Crateús, Sobral e Itapajé entrando no mapa. Ao lado de Russas, do litoral leste, os outros quatro municípios fazem parte dos campi da UFC no interior do estado.
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No evento de encerramento, já fora do ônibus, um trio de estudantes universitários espera o início da solenidade. Ao observador curioso, parecem amigos de longa data, mas logo revelam que não apenas fazem parte de cursos diferentes, mas se conheceram pela primeira vez na Caravana.
“Eu achei incrível a interação com a gente. Ninguém se conhecia, mas no segundo dia já estávamos super amigos”, brinca Maria Júlia Fontenele, 22, que cursa Engenharia de Alimentos. “Todo mundo virou família, basicamente”.
“Apesar dessa diferença de cursos, acho que todo mundo conseguiu ver alguma coisa que se aplicava na sua área, o que foi muito enriquecedor para todo mundo”, adiciona Henrique Ferreira, 23. “Eu sou da Arquitetura, então as construções, a arquitetura vernacular… Eu sou totalmente suspeito pra falar, né?”
Já para o estudante de Jornalismo Rafaell Estebann, 20, que completa o trio, as particularidades de cada local chamaram a atenção. “Eu, por exemplo, nunca tinha ido para nenhuma dessas cidades que a gente foi na rota. E foi muito interessante ter esse contato”, pondera.
A experiência dos universitários se alinhou com a própria afirmação do reitor da UFC, o professor Custódio Almeida, sobre o projeto: “A Caravana foi com certeza um encontro da universidade com a sociedade”.
“As muitas entrevistas feitas, os podcasts, as visitas, os ônibus lotados… Tudo isso levou a UFC para o interior do Ceará, para o litoral, a serra, o sertão”, explica Almeida. “Foi uma ação concreta de encontro. Foi uma ida da universidade aos territórios do Ceará, uma saída dela mesma ao encontro das pessoas”.
A última rota do grupo, no Poço da Draga, também incluiu mais um momento de conexão com a população local. Além do palco para as solenidades e atrações artísticas, o espaço apresentava exposições de fotografias, produtos e projetos elaborados pelos estudantes da Estação Favela.